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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2005 às 15:04

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O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, se juntou nesta quinta-feira aos milhares de manifestantes que exigem na Praça Murillo de La Paz o fim dos bloqueios das estradas do país.

"Não aos bloqueios, sim à paz", cantou repetidamente Mesa da varanda do Palácio de Governo, situado na cêntrica praça de La Paz, e rodeado por todos os membros de seu gabinete.

Cerca de 5.000 pessoas estão concentradas nas ruas da capital boliviana para exigir o fim dos bloqueios organizados pelos sindicatos que impedem o livre trânsito de mercadorias e pessoas, segundo comprovou EFE.

"Este país que teve a paciência de agüentar diz basta", afirmou o governante entre os gritos de seus seguidores, que não cessaram de cantar lemas como "Mesa, amigo, o povo está contigo" ou "Mesa presidente até 2007".

"Só queremos construir um país em paz, com trabalho (...), não queremos bloqueios, não queremos que este país esteja controlado por poucos, os bolivianos estão dispostos a seguir adiante", disse o chefe do Estado aos bolivianos.

O governo deu hoje permissão aos funcionários públicos, assim como aos trabalhadores das entidades bancárias, para que deixassem seu trabalho às 11.00 horas (12.00 de Brasília) para que pudessem assistir a esta manifestação convocada ao meio-dia pelo próprio Mesa em todas as cidades do país.

A EFE pôde comprovar que um grande número de congregados são funcionários públicos, que estão misturados com cidadãos que não cessam de exigir ao governo "mão dura" com os bloqueadores.

A este pedido, o presidente disse: "Os senhores me pedem mão dura, mão dura... Acreditem e escutem: transformaremos a palavra dura por uma 'mão justa', 'mão justa'".

"Vamos ensinar aqueles que querem a violência que vamos ganhar com mão justa, porque a mão da Justiça é implacável contra aqueles que vulnerem a lei", acrescentou.

Com bandeiras bolivianas, chapéus de três cores, estandartes com imagens e slogan favoráveis ao presidente Mesa, milhares de bolivianos ocupam, além da cêntrica praça de La Paz, as ruas das cidades de Cochabamba, Sucre, Trinidad, Oruro e Santa Cruz.

Depois de seu discurso, Mesa cumprimentou, com uma bandeira boliviana na mão e depois de escutar o hino nacional, seus partidários, que receberam palavras de agradecimento e a promessa de paz e trabalho por parte do governante.

O presidente foi ratificado em seu cargo na terça-feira passada pelo Congresso, depois que esta câmara rejeitou sua carta de renúncia.

Mesa anunciou sua renúncia por causa dos impedimentos que encontrou no Congresso ao longo de seus 17 meses de gestão e também pelos incessantes bloqueios e protestos organizados pelos sindicatos e pelo líder cocaleiro, Evo Morales.





Fonte: EFE

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