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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2005 às 10:50

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A viúva de Aslan Maskhadov, o líder guerrilheiro checheno morto nesta semana por tropas russas, pediu na quinta-feira que o corpo dele seja devolvido para que a família possa enterrá-lo.

As forças russas, que há dez anos combatem o separatismo na Chechênia, pretendem enterrar o corpo de Maskhadov em um local secreto, dizendo que ele não tem direto a um funeral normal.

"Usando a desculpa de que Maskhadov era um terrorista, a liderança russa não está entregando seu corpo para o funeral", disseram Kusama Maskhadov e seus filhos, Anzor e Fatima, em nota publicada pelo site rebelde www.kavkazcenter.net.

"As autoridades russas estão se comportando de forma totalmente selvagem e bárbara. Isso traz mais dor à nossa perda. É blasfemo", disse a nota.

Os separatistas chechenos, divididos entre várias guerrilhas rivais, ainda não anunciaram que vai suceder Maskhadov como líder.

Mas Shamil Basayev, o homem mais procurado da Rússia e responsável por alguns dos atos mais sangrentos deste conflito — como a ocupação da escola de Beslan, em 2004 —, já surgia, mesmo antes da morte de Maskhadov, como a figura rebelde mais poderosa.

Basayev disse em nota divulgada pela Internet que, pela lei chechena, o presidente do tribunal islâmico local, o pouco conhecido Abdul Kalim, deveria ser o sucessor do presidente Maskhadov até a realização de eleições. Jornais russos disseram que pelo menos dois representantes de Maskhadov no exterior confirmaram isso.

Mas o hoje clandestino governo checheno, que costuma se distanciar dos atos mais sangrentos de Basayev, não fez menção ao clérigo em uma nota divulgada durante a madrugada.

Maskhadov, 53, foi morto na terça-feira, quando a agência de segurança FSB provocou uma explosão no porão em que ele se escondia, na aldeia de Tolstoy-Yurt, ao norte de Grozny, a capital regional.

Seu corpo está sendo mantido em um quartel, segundo a imprensa. "A legislação não prevê a entrega de corpos de terroristas mortos a parentes", disse o procurador Nikolai Shepel à agência de notícias Interfax.

A morte de Maskhadov foi uma excelente notícia para o presidente Vladimir Putin, cuja política de eliminar os separatistas é enfrentada com uma série de terríveis ataques dos chechenos, como o de setembro de 2004, em Beslan, que resultou na morte de pelo menos 320 pessoas, metade das quais crianças.

Mas Maskhadov havia oferecido negociações de paz com Moscou e era visto como relativamente moderado. Analistas dizem que, com sua morte, a chance de um final negociado no conflito diminui.





Fonte: Reuters

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