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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2005 às 10:03
Por: Kamil Zaheer

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O Dalai Lama, visto por Pequim como um símbolo do separatismo tibetano, disse nesta hoje que ele e seus seguidores estão dispostos a aceitar que a região continue a ser parte da China. "Mais uma vez quero garantir às autoridades chinesas que, enquanto eu for responsável pelos assuntos do Tibete, continuamos completamente comprometidos com a visão de não procurar independência para o Tibete e desejamos continuar com a República Popular da China", disse o líder espiritual tibetano.

O Dalai Lama, que fugiu para a Índia em 1959 depois de um levante fracassado contra o regime chinês, fez os comentários durante uma declaração anual que marca o 46º aniversário da revolta. O líder, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1989 e que lidera um governo tibetano no exílio em Dharamsala, no Estado indiano de Himachal Pradesh, sustenta que deseja apenas mais autonomia para o povo tibetano.

"O Dalai Lama quer dar à China uma saída respeitável para o problema do Tibete", observou Vijay Kranti, especialista em Nova Délhi. "Mas os líderes chineses não entenderam tais iniciativas no passado. Duvido que irão responder de maneira positiva agora."

Em setembro do ano passado, Lodi Gyari, enviado do Dalai Lama, reuniu-se com autoridades chinesas em Pequim. Não houve contato direto entre exilados tibetanos e a China durante 20 anos depois da revolta e o diálogo foi suspenso em 1993.

As negociações foram retomadas há dois anos e os lados debatem a permissão da volta do Dalai Lamai sob certas condições, um dos temas centrais do assunto.

No Nepal, mais de 100 monges e estudantes tibetanos se reuniram hoje em um monastério budista de Katmandu para lembrar o levante nacional. "Temos que organizar o encontro dentro do monastério porque não temos permissão para organizá-lo em lugares públicos como fazíamos antes", disse Wangchuck Tsering, que participou da oração de uma hora.

Há mais de 20 mil tibetanos no Nepal, que faz fronteira com a região dominada pela China. Eles têm autorização para viver no reino, mas a atividade política contra Pequim é proibida.





Fonte: Reuters

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