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Cidades/Geral
Quarta - 09 de Março de 2005 às 23:27

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Uma vez feita a parceria com uma agência de viagens para incrementar o "etnoturismo" no norte de Mato Grosso, os índios das etnias Waurá e Trumai, que vivem no Parque Nacional Indígena do Xingu, esperam usar o dinheiro arrecadado com a visita de turistas na compra de equipamentos para a fiscalização dos rios da região.

Durante o evento de divulgação do Roteiro Xingu realizado em São Paulo, o índio Careca Waurá afirmou que, por viver essencialmente da pesca, seu povo anda muito preocupado com a condição dos rios do Parque Nacional e também daqueles que nascem no entorno e correm para reserva.

É o caso do rio Von Den Steinen, afluente do rio Xingu, à margem do qual foi construída uma aldeia para a visitação de turistas.

"A primeira coisa que faremos com o dinheiro do projeto será comprar um motor de barco para melhorar a fiscalização do rio", disse ele. Ali, os índios pretendem criar também uma reserva natural para atrair turistas para a pesca esportiva.

Segundo o consultor de turismo Lúcio Antônio Machado, os índios das etnias Waurá e Trumai, receptivos por natureza, receberam um treinamento sobre como tratar os turistas e farão jus à taxa de visitação da aldeia montada em uma RPPN no entorno do Parque.

De acordo com ele, o dinheiro arrecadado servirá para garantir a própria sobrevivência dos índios, bem como para a educação e a compra de remédios e comida. Para o superintendente de Políticas Indígenas do Estado de Mato Grosso, Idevar Sardinha, longe de descaracterizar a cultura dos índios, tal projeto vai é servir para a permanência do povo e de seus ritos e costumes.

"É uma iniciativa inédita e, feita em uma área fora da reserva indígena, não gera problema algum para os índios. Pelo contrário, gera uma alternativa de renda para os índios que, de um modo geral, passam por situações difíceis", afirmou.

Preocupado com isso, o Governo do Estado tem buscado outros parceiros para índios de outras etnias na iniciativa privada. A idéia é repetir o projeto de etnoturismo em Chapada dos Guimarães e com índios das etnias Parecis e Xavante. O Governo do Estado investe também em educação e saúde indígenas, e ajuda os mais diversos povos em áreas como infra-estrutura, habitação e assistência técnica agrícola.

Vivem hoje em Mato Grosso 38 etnias indígenas, sendo 16 dentro do Parque Nacional do Xingu.





Fonte: Diário de Cuiaba

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