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Internacional
Quarta - 09 de Março de 2005 às 22:44

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O ministro do Interior do Chile e candidato à Secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse nesta quarta-feira em Nova York que não existe um acordo com os demais candidatos sobre a data para a votação. "Somos indiferentes quanto a uma data (da eleição), sempre que não for muito tarde", disse Insulza em entrevista coletiva após seu discurso em um seminário organizado pelo Conselho das Américas.

O ministro disputa a vaga de secretário-geral da OEA com o chanceler mexicano, Ernesto Derbez, e o ex-presidente salvadorenho Francisco Flores.

Insulza disse que eles não são querem esperar até a assembléia geral do próximo mês de junho para realizar a eleição, e que "são os países que têm que decidir" a data.

O candidato chileno acrescentou que se "os países estão de acordo que seja em 31 de março ou em 7 de abril, certamente nós vamos aceitar".

Sobre sua visão para o futuro da organização, Insulza considera necessário rever as principais prioridades da OEA em relação à democracia, desenvolvimento e segurança para "ficarmos mais em dia com os problemas atuais da região".

"O problema da democracia hoje em dia é um problema de bom governo, de estabilizar os governos não apenas quando estão em crise, mas também na base de atacar as questões de fundo da governabilidade e desenvolvimento institucional", disse Insulza.

"Acho que temos de elaborar uma agenda diferente na questão do desenvolvimento, concentrada na pobreza, na geração de empregos e na educação", disse.

"Em matéria de segurança, os desafios da região vão muito além da luta contra o terrorismo e envolvem temas como o narcotráfico, a criminalidade nas cidades e a delinqüência dos jovens", acrescentou Insulza.

Quanto ao peso dos Estados Unidos (país que deu seu apoio a Flores) na organização, o ministro declarou que "minha candidatura é a de vários países da região, mas todos eles amigos e aliados dos EUA".

"Temos que ter uma organização de Estados americanos, e os Estados Unidos têm que ser parte dela", disse, antes de acrescentar que "os Estados Unidos são muito mais fortes que todos os demais membros, e é com essa realidade que temos que trabalhar".

"Penso que, por isso, com mais razão ainda, os instrumentos para trabalhar devem ser o convencimento e o consenso, nunca o confronto", acrescentou.

O candidato chileno disse que o marco geral em que a organização funciona e seus princípios básicos continuam sendo tão válidos como antes, mas que há elementos estruturais que poderiam melhorar. Entre eles, destacou a questão do financiamento.

Insulza disse que a fórmula para calcular as cotas de financiamento são feitas com uma base de 20 anos atrás, e que não reflete a atual situação das economias da região.

Além disso, afirmou que cerca da metade do financiamento é destinada a programas específicos, e não a uma política geral que defina o conjunto da OEA.

Insulza acredita que sua candidatura conta com o apoio de um "grande número" de países, além dos que já o tornaram público, como Uruguai, Brasil, Argentina, Venezuela e Equador.

O cargo de secretário-geral da OEA está vago desde outubro passado, depois da renúncia do ex-presidente costarriquenho Miguel Angel Rodríguez, sob prisão em seu país por suposta corrupção.

Insulza destacou como suas principais qualidades a capacidade de liderança e de gerar consenso, do que se deu conta, segundo ele, durante os 11 anos como membro dos governos da Combinação de Partidos pela Democracia em seu país.

"Minha candidatura é nacional, e isso mostra que tenho alguma capacidade de gerar consenso. Eu acredito que o que nossa região precisa não é de lideranças autoritárias, mas liderança por consenso, por convencimento", concluiu.





Fonte: EFE

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