Presidente lembra papel de César Lattes na criação do CNPq

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou hoje telegrama de pesar pela morte do físico brasileiro César Mansueto Giulio Lattes aos familiares e colegas do cientista. Lattes morreu na segunda-feira, aos 80 anos, de parada cardíaca.

Eis a íntegra da nota:

"Gostaria de prestar aos familiares, amigos e colegas do cientista César Lattes as minhas mais sinceras homenagens. A obra deixada por este grande físico curitibano não se limita à pesquisa em sua área de atuação. Sua influência foi decisiva na criação, no início da década de 50, do CNPq, o Conselho Nacional de Pesquisas, instrumento fundamental no estímulo e discussão da produção científica do país. A ciência brasileira perde um de seus expoentes mais importantes".

César Lattes graduou-se em física aos 19 anos na Universidade de São Paulo (USP). Foi professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e também da USP. Ele despontou internacionalmente, na década de 40, ao publicar trabalho científico sobre a abundância de núcleos no universo, orientado por Gleb Wataghin.

Em 1947, aos 22 anos, Lattes descobriu uma partícula cuja existência havia sido apontada pelo físico japonês Hideki Yukawa, em 1935, o méson pi. Ao expor chapas fotográficas muito sensíveis à altitude de 5,6 mil metros na Bolívia, Lattes registrou a presença da partícula que ocorre na radiação cósmica. Os físicos presumem que o méson pi seja responsável pelo comportamento das forças nucleares.

Lattes foi homenageado ainda em vida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento à pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A mais importante e completa plataforma com o currículo de pesquisadores brasileiros, diretórios de grupos de pesquisa e instituições que demandam fomento ao CNPq e o Sistema Gerencial de Fomento da agência, leva seu nome. É a Plataforma Lattes, cuja primeira versão foi lançada em 1999.