Rebeldes chechenos prometem luta, apesar da morte de líder
"Quando os terroristas sentem que estão sendo literalmente caçados, os grupos de combate vão sendo sistematicamente detidos. Quando um líder é eliminado, cria-se uma atmosfera na qual não há espaço para ataques terroristas", analisou Vladimir Vasiliyev, presidente da comissão de segurança da câmara baixa do Parlamento russo (Duma).
Mas os rebeldes chechenos prometem continuar lutando. "Com a violenta morte de Maskhadov, iniciou-se um novo período na história moderna do confronto militar entre russos e chechenos durante o qual não haverá negociações nem o fim da guerra", escreveu Movladi Udugov, um ideólogo rebelde, numa página da internet vinculada aos separatistas chechenos.
Já para o presidente da Chechênia, Alu Alkhanov, a morte de Maskhadov não fará diferença. "A situação na Chechênia não muda em nada. Maskhadov era apenas um símbolo nas mãos do terrorista Shamil Bassayev. Ele não tem importância", comentou Alkhanov, que é apoiado pelo Kremlin.
Em sua edição de hoje, o jornal Kommersant especulava que, independentemente de quem suceder Maskhadov como líder supremo dos rebeldes chechenos, "o terrorismo apenas se intensificará". Para o jornal, o comando separatista deverá ficar nas mãos de Bassayev, um temido senhor da guerra, ou Doku Umarov, um assessor de Bassayev igualmente radical. Maskhadov era amplamente tido como "moderado".
Controvérsia - Na terça-feira, Serviço Federal de Segurança anunciou a morte de Maskhadov durante uma operação especial na cidade de Tolstoy-Yurt, nos arredores de Grozny, a capital da conturbada República da Chechênia. Nesta quarta, o general Ilya Shabalkin, porta-voz das forças russas na Chechênia, informou que quatro pessoas foram detidas depois do cerco que resultou na morte de Maskhadov, inclusive o dono da casa sob a qual foi construído o bunker no qual o líder rebelde se escondia.
Por sua vez, o Conselho da Europa, órgão crítico da campanha militar da Rússia na Chechênia, "lamentou que as autoridades russas tenham perdido a oportunidade de levar Maskhadov à justiça". Para o órgão europeu de defesa dos direitos humanos, as partes "devem persistir nos esforços de busca por uma solução pacífica para a situação na Chechênia".
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