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Internacional
Quarta - 09 de Março de 2005 às 17:20

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Jerusalém - Deus vai fulminar "o maligno" que retira israelenses da Faixa de Gaza, afirmou um influente rabino e político, sem se referir diretamente ao primeiro-ministro Ariel Sharon. Os comentários do rabino Ovadia Yosef, líder espiritual do ultraortodoxo Partido Shas, causou furor hoje, e vários parlamentares exigiram que ele seja processado por incitamento à violência.

Num discurso terça-feira, Yosef criticou o plano de Sharon de retirar todos os assentamentos judaicos de Gaza e quatro pequenos da Cisjordânia em meados deste ano. O ex-rabino-chefe disse que o plano iria erradicar colonos de terceira geração de suas casas e terras. "Como é cruel este ser malígno que faz tais coisas", disse Yosef, numa clara referência a Sharon. "O Sagrado quer que todos nós retornemos ao Torá, e então Ele irá fulminá-lo com um único golpe e ele vai morrer. Ele vai dormir e nunca mais acordar", afirmou Yosef.

Ronny Brizon, um parlamentar do anticlerical Partido Shinui, disse à Rádio de Israel que o rabino tem de ser contido. "Ele odeia Israel, odeia os árabes, incita e pede aos céus para fulminar o primeiro-ministro, isto é incrível", desabafou.

Vários proeminentes rabinos, entre eles Yosef, têm emitido éditos religiosos contra o plano de retirada, com alguns até mesmo pedindo aos soldados para desrespeitarem ordens para evacuar os colonos. O ambiente lembra a campanha de ódio que culminou com o assassinato por um extremista judaico do então primeiro-ministro Yitzhak Rabin.

Yosef é uma figura controversa. Ele já pediu certa vez para o Exército do Estado judeu aniquilar "alegremente" com mísseis os árabes. Ele também provocou revolta entre israelenses ao dizer que os seis milhões de judeus que pereceram na Segunda Guerra Mundial morreram porque eram a reencarnação de pecadores.





Fonte: AE - AP

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