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Internacional
Quarta - 09 de Março de 2005 às 11:04
Por: Brian Winter

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O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, desistiu na terça-feira de renunciar após ter recebido apoio do Congresso, mas líderes de movimentos indígenas contrários às políticas econômicas dele prometeram paralisar o país com novos protestos.

Depois de um dia tenso, marcado por negociações a portas fechadas com rivais da oposição, Mesa, sorridente, atravessou a principal praça de La Paz e afirmou ao Congresso, já de noite, que continuaria no cargo.

"Recebemos uma nova oportunidade. O país está clamando para que trabalhemos juntos", disse o presidente aos congressistas. "Quero que os bolivianos dêem apoio ao presidente deles."

A Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, vê-se tomada por uma onda de instabilidade há alguns meses, em meio à luta dos indígenas, pobres e majoritários, para aumentar o controle sobre a economia.

Mesa apresentou seu pedido de renúncia na segunda-feira, mas o Congresso votou quase que por unanimidade na terça-feira à noite para rejeitá-lo, em meio a temores de que a saída dele alimentasse distúrbios ainda maiores.

O presidente, que na segunda-feira disse que não continuaria governando "sitiado por um bloqueio", defendeu sua decisão e afirmou ter esperanças de "obrigar o país a refletir".

Mas não ficou claro se as 48 horas de negociações e tensão fariam aumentar o apoio a Mesa e se o ajudariam a evitar o mesmo fim de seu antecessor no cargo, Gonzalo Sánchez de Lozada, derrubado em 2003 após vários manifestantes terem sido mortos em conflitos com as forças de segurança.

Inicialmente, houve sinais de que a manobra do presidente poderia se mostrar um tiro pela culatra.

O principal partido oposicionista da Bolívia, o Movimento ao Socialismo (MAS), recusou-se a atender ao pedido de Mesa de suspender os protestos e os bloqueios nas estradas responsáveis por paralisar partes do país. O partido convocou novas manifestações no final desta semana.

O MAS também rechaçou um acordo imposto por Mesa como condição para que continuasse no cargo. A maior parte dos grandes partidos bolivianos, porém, ingressou no chamado "pacto social", garantindo a permanência do presidente no poder, ao menos por enquanto.





Fonte: Reuters

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