Cheques roubados bancavam luxo de estelionatário

O vendedor Rubens Alexandre de Jesus, de 35 anos, foi preso em flagrante com vários cheques de vítimas de roubos ocorridos recentemente em Cuiabá.

Ele pagou o condomínio do apartamento que alugou com o cheque de um pecuarista, assaltado no mês passado por bandidos que levaram sua picape Toyota Hilux e bolsa com documentos e cheques. A síndica do prédio, localizado no bairro Concil, é amiga do pecuarista e estranhou o cheque dele estar sendo usado por outra pessoa.

O dono do cheque, então, desconfiou e acionou policiais da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derrf) da Capital, que autuaram Rubens em flagrante pelo crime de estelionato.

A prisão ocorreu no sábado à tarde, na entrada do prédio cujo apartamento havia alugado por R$ 1 mil mensais sendo o primeiro aluguel pago em dinheiro. Rubens chegava num Golf vermelho com dois funcionários – a faxineira e um ajudante geral. Ao chegar, foi surpreendido pelos policiais.

Com ele, foram apreendidas 20 folhas de cheques sendo 10 de uma vítima e as demais, avulsas. Na Delegacia, Rubens disse ao delegado Roberto Amorim que pagou R$ 30 pelos cheques de um homem conhecido como “Antônio”, que negocia esse tipo de produto na praça Luiz Albuquerque, no Porto.

Segundo o delegado Roberto Amorim, titular da Derrf, Rubens havia feito várias compras com cheques roubados. Uma delas, de móveis. “Ele (Rubens) comprou R$ 22.500 em móveis com três cheques de R$ 7.500. O aluguel do apartamento foi à vista”, explicou.

Amorim acrescentou que Rubens é um dos golpistas mais procurados pela Polícia de Cuiabá, incluindo o Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Municipal de Várzea Grande e Distrital do Cristo Rei. “Era procurado por golpes usando cheques roubados”, explicou.

Uma das vítimas seria um juiz morador em Várzea Grande, que teve a casa assaltada no início deste ano. Ele teve vários produtos roubados por uma quadrilha que teria repassado os cheques para Rubens.

Amorim acredita que, com a divulgação da prisão do golpista, novas vítimas deverão aparecer, principalmente quem recebeu e ainda não depositou o cheque.

A ficha criminal do golpista é extensa. Ele responde inquérito por danos materiais, apropriação indébita, furto, receptação, formação de quadrilha e estelionato. Os inquéritos correm pelas Delegacias de Cuiabá e Várzea Grande.