Virgílio parte para o confronto com a direção do PT

Belo Horizonte - Apesar de ameaçado de suspensão por um ano de suas atividades partidárias, o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) disse hoje que sua principal bandeira no momento é a luta pelo resgate dos "direitos civis" no PT.

Virgílio acusou a direção do partido de estar se "sovietizando" e de exercer o poder por meio da intimidação. Ele defendeu a necessidade de mudanças na eleição para a próxima executiva nacional da legenda, prevista para setembro.

Apostando num desgaste da atual direção, o deputado mineiro decidiu partir para o confronto com o que chama de "grupo paulista", capitaneado pelo presidente José Genoino. "Eu sou o lutador dos direitos civis nesse momento. Não adianta negociar comigo qualquer punição", avisou. "Essa direção está vencida".

A punição pedida pela Executiva terá de ser ratificada na reunião do diretório nacional do partido, marcada para abril. O deputado é apontado como um dos responsáveis pelo revés na eleição para a presidência da Câmara, ao lançar e levar adiante sua candidatura avulsa.

"A atitude que teve a direção, o grupo paulista liderado pelo José Genoino, foi agressiva com o Brasil inteiro, agressiva com Minas, com a militância, com a democracia interna do partido. E isso tem no Brasil inteiro um repúdio muito forte", confia o deputado.

Virgílio afirmou que se a decisão for acatada pelo diretório nacional, ele poderá ficar impedido de participar das eleições do ano que vem. Mas reiterou que não tem pretensão de sair do partido e disse que já nesta semana irá apresentar sua defesa à bancada petista e depois ao diretório nacional.