Turismo é alternativa para comunidades indígenas em Mato Grosso

Visando a diversificar cada vez mais sua oferta turística e buscar alternativas sustentáveis de sobrevivência para as comunidades indígenas, o Governo do Estado de Mato Grosso lança nesta terça-feira (08), no Sesc Pompéia, em São Paulo, o Roteiro Xingu. A apresentação do roteiro é um convite para que os turistas conheçam a fascinante cultura indígena em um lugar de rara beleza no Brasil.

O projeto visa a divulgar as tradições indígenas do Xingu, por meio de um turismo ecológico e consciente e promover o desenvolvimento sustentável da região, criando alternativas econômicas com mínima interferência no cotidiano das aldeias. O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, confirmou presença na solenidade, que será coordenada pela secretária de Estado de Turismo, Yêda Marli de Oliveira Assis.

"O Roteiro Xingu é produto de ecoturismo que tem perfil para atender ao mercado internacional. Além de inédito, é de grande alcance social, pois cria perspectivas de uma vida mais digna para as comunidades indígenas", ponderou a secretária. Na solenidade de lançamento, em São Paulo, doze índios farão apresentações de seus rituais e vão mostrar como é feita também uma de suas principais iguarias: o biju.

Está prevista ainda a participação do cacique Aritana, uma das maiores lideranças do Alto Xingu, e dos músicos Pescuma, Henrique e Claudinho. Tudo começou quando os povos xinguanos Waras e Trumais - duas das 14 etnias existentes no Alto Xingu formaram a Associação Puwixa Wene para desenvolver projetos de turismo indígena na borda oeste do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso.

Embora existam inúmeras tentativas do gênero, a iniciativa é considerada inédita no país, pois beneficia as comunidades, mas é desenvolvida fora do território indígena.

O segundo passo foi a criação de uma aldeia turística, implantada em área externa, de propriedade particular, porém próxima ao Parque. É nessa estrutura - inspirada nas tradicionais aldeias das comunidades indígenas do Xingu, que os turistas serão recepcionados.

De forma alternada, e com subgrupos de duas a três pessoas, o roteiro proporciona contato com os índios, pernoite na aldeia turística e, durante o dia, aprendizagem de técnicas de pesca indígena, do preparo do biju e da produção do sal de aguapé, uma das especialidades dos índios Trumai, além da confecção de artesanatos com argila.

O recurso arrecadado com a venda de artesanato e visitação à aldeia turística será aplicado pela associação Puwixa Wene em programas de saúde indígena, transporte e fiscalização das fronteiras do Parque, entre outras. "A iniciativa ajuda a afastar invasores e posseiros das margens do Xingu, a preservar a natureza do entorno do Parque e ainda gera uma alternativa sustentável de subsistência para as comunidades indígenas", avalia a secretária de Turismo de Mato Grosso.