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Internacional
Segunda - 07 de Março de 2005 às 10:14
Por: Bernardo Suárez Indart

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Os comunistas conservaram a maioria absoluta no Parlamento da Moldávia, mas precisarão de apoio adicional para reeleger Vladímir Voronin como chefe de Estado, segundo a apuração total dos votos.

De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela Comissão Eleitoral Central, que serão definitivos após certificados pelo Tribunal Constitucional, o Partido dos Comunistas da Moldávia obteve 46,11% votos, conquistando 55 ou 56 das 101 cadeiras do Parlamento.

Em termos de votação absoluta, os comunistas, depois de quatro anos no poder, experimentaram uma queda de apenas quase quatro pontos percentuais, mas sua representação no Parlamento foi reduzida em 15 ou 16 deputados devido às peculiaridades do sistema de repartição proporcional das cadeiras.

O número de deputados obtido pelos comunistas não garante ao partido a presidência da República, visto que, para a eleição do chefe de Estado, é necessário o apoio de uma maioria qualificada de três quintos, ou seja, de 61 legisladores.

No entanto, a maioria absoluta no Parlamento permite formar governo e obter o controle da Câmara, por isso parece pouco provável que a oposição impeça a reeleição de Voronin, que proclamou a integração européia como a grande prioridade da Moldávia.

Como segunda força, com 28,41% dos votos, ficou o bloco centrista Moldávia Democrática, liderado pelo prefeito de Chisinau, Serafim Urechean, e que conseguiu 34 cadeiras. O direitista Partido Popular Democrata-Cristão, dirigido por Iurie Rosca, obteve 9,06% e manteve as 11 cadeiras do mandato anterior.

Um porta-voz da Moldávia Democrática declarou que as eleições transcorreram "de maneira correta", por isso parece muito pouco provável que essa formação impugne os resultados divulgados pela comissão eleitoral.

Por sua vez, o líder do Partido Popular, que, às vésperas das eleições, tinha advertido que em caso de fraude eleitoral levaria seus partidários às ruas de Chisinau, descartou hoje, após conhecer os resultados oficiais não definitivos, a convocação de protestos.

Voronin tinha declarado antes das eleições que os comunistas, em sua condição de favoritos, não estavam interessados em uma fraude e que estavam até mesmo dispostos a "sacrificar" resultados pela limpeza das eleições.

A votação dos comunistas manteve-se estável apesar das mudanças desde as últimas eleições, quando chegaram ao poder com o compromisso de uma maior aproximação com a Rússia.

A política de distanciamento de Moscou realizada por Voronin no último ano provocou reações na Rússia, cuja Câmara dos Deputados chegou a pedir ao Kremlin a implantação de sanções econômicas contra a Moldávia.

O presidente da comissão, Petrú Railean, assegurou que não aconteceram irregularidades destacáveis que possam afetar a transparência das eleições, cujos resultados se ajustam aos das pesquisas prévias às eleições.

Mais de 700 observadores internacionais supervisionaram as eleições parlamentares e a missão da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pretende divulgar um relatório preliminar sobre as eleições moldávias.

Das eleições, participaram outras oito formações políticas e 12 candidatos independentes, mas nenhum deles conseguiu alcançar o mínimo de votos para chegar ao Legislativo.

A participação foi de 63,71% do censo eleitoral, calculado em pouco mais de 2,3 milhões de cidadãos.





Fonte: EFE

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