Remédio é doado a outros estados

Seis aparelhos de Raio X, seis aparelhos de ultra-sonografia, ou a implantação de seis postos do Programa Saúde da Família (PSF) - que poderiam atender cada um pelo menos mil pessoas. Esses são exemplos citados pelo secretário de Estado de Saúde, Marcos Henrique Machado, do que poderia ter sido feito com os R$ 599,422 mil gastos desnecessariamente na compra do Sintax. Esses aparelhos são os mais utilizados no sistema público de saúde. O medicamento, cujo prazo de validade vence em cinco meses, foi doado para o Nordeste e Minas Gerais.

"Prejuízo. Infelizmente. E todas as denúncias que chegarem vão ser encaminhadas à Delegacia Fazendária. Agora, a PGE (Procuradoria Geral do Estado) pode entrar com uma Ação Civil Pública na tentativa de reaver as perdas, mas receber esse dinheiro de volta é quase impossível", comentou o secretário que está à frente da pasta desde setembro de 2003.

Machado disse não saber matematicamente valores em perdas com atos ilícitos na compra de medicamentos e desvios ocorridos com verbas da saúde. "Nós levamos a delegacia para dentro da SES e ela só saiu de lá devido ao volume de informações que cresceu absurdamente e estão sendo processadas. É muita denúncia velada e que não tipifica o crime". Questionado quanto ao funcionário da SES, farmacêutico Fernando Augusto Leite, que fez o pedido para a compra das 192 ampolas de Sintax, o secretário disse estar à espera do término do inquérito para abrir processo administrativo, que poderá resultar na demissão dele. A delegada fazendária Maria Alice Amorim já está concluindo as investigações.

Hoje, disse o secretário, o acusado não ocupa nenhuma função estratégica. Para evitar fraudes na compra de medicamentos, desde outubro do ano passado foi implantado o sistema terceirizado de compra. "Terceirizamos todo o serviço de armazenamento e distribuição. Os registros de preços têm uma simetria com os demais estados e com o Ministério da Saúde, assim evitamos a compra de medicamentos superfaturados ou desnecessários.