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Educadora de MT vai para Timor Leste
Nos próximos dias, a educadora Cleonice Terezinha Fernandes realizará um sonho antigo: ser missionária. Ela faz parte do grupo de 50 professores escolhidos pelo governo federal para integrar uma missão no país mais pobre da Ásia, o Timor Leste. A tarefa é levar conhecimento a outros professores timorenses. “O que os países fazem é mandar soldados. O Brasil vai mandar educação. Nós seremos soldados da educação”, diz orgulhosa.
Trata-se do Programa de Qualificação Docente em Língua Portuguesa no Timor Leste, coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da UFMT. O Timor Leste foi colônia portuguesa durante 450 anos e viveu sobre domínio da Indonésia (1975-1999). Nesta última fase, houve um genocídio de 200 mil pessoas. Durante um ano, os brasileiros irão ajudar a reconstruir grades curriculares de escolas e faculdades do país, arrasados durante a dominação Indonésia e a conseqüente guerra civil. O índice de analfabetismo é de 50%.
A geração desse período fala indonésio e inglês. Há também o tétum, um dialeto que mistura a fala nativa com o português sem fazer flexão de gênero. Um dos desafios é trazer de volta o português, agora restrito à elite cultural, aos mais velhos e religiosos. Parte do grupo de brasileiros ficará nas universidades e o restante, nas vilas. A jornada é de oito horas diárias. Os missionários receberão alojamento, alimentação e bolsas em dólar.
O currículo de Cleonice foi escolhido dentre 17 mil inscrições: a única selecionada de Mato Grosso. A Capes buscou professores com perfil voluntário e que já haviam trabalhado com portadores de deficiências. E nisso ela tem vasta experiência: é referência no Brasil no ensino de matemática para cegos.
Cleonice publicou livros voltados para o ensino da matemática e constantemente dava cursos para a formação de professores em todo o país. Sempre esteve envolvida em projetos comunitários, desde aulas de teatro em bairros pobres até como voluntária da Pastoral da Criança durante dez anos.
A parceria do governo brasileiro com o Timor vem de longe. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) timorense foi elaborada com o auxílio do Ministério da Educação.
Agora, a idéia do programa é construir um currículo arrojado, deixando de lado modelos ultrapassados e trabalhando com a convergência de diversas áreas do conhecimento. “Em 1982, você nem sonhava com educação ambiental. Vamos pular essa fase tecnicista do ensino e vamos para essa fase holística. Hoje você dá uma aula de matemática e fala de reciclagem. O mesmo acontece nas outras aulas, de geografia por exemplo. Educação ambiental não é uma disciplina, é um paradigma que tem que estar em todas as disciplinas.”
Para isso, a Capes escolheu profissionais pluralistas. Gente criativa, despojada e com habilidade em áreas que aparentemente parecem opostas. “Uma colega é turismóloga, professora de química e dá aulas para a terceira idade. Um outro colega é psicólogo, administrador de empresas e dá aulas de literatura”, conta. “Esse é o profissional do terceiro milênio”, resume.
Trata-se do Programa de Qualificação Docente em Língua Portuguesa no Timor Leste, coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da UFMT. O Timor Leste foi colônia portuguesa durante 450 anos e viveu sobre domínio da Indonésia (1975-1999). Nesta última fase, houve um genocídio de 200 mil pessoas. Durante um ano, os brasileiros irão ajudar a reconstruir grades curriculares de escolas e faculdades do país, arrasados durante a dominação Indonésia e a conseqüente guerra civil. O índice de analfabetismo é de 50%.
A geração desse período fala indonésio e inglês. Há também o tétum, um dialeto que mistura a fala nativa com o português sem fazer flexão de gênero. Um dos desafios é trazer de volta o português, agora restrito à elite cultural, aos mais velhos e religiosos. Parte do grupo de brasileiros ficará nas universidades e o restante, nas vilas. A jornada é de oito horas diárias. Os missionários receberão alojamento, alimentação e bolsas em dólar.
O currículo de Cleonice foi escolhido dentre 17 mil inscrições: a única selecionada de Mato Grosso. A Capes buscou professores com perfil voluntário e que já haviam trabalhado com portadores de deficiências. E nisso ela tem vasta experiência: é referência no Brasil no ensino de matemática para cegos.
Cleonice publicou livros voltados para o ensino da matemática e constantemente dava cursos para a formação de professores em todo o país. Sempre esteve envolvida em projetos comunitários, desde aulas de teatro em bairros pobres até como voluntária da Pastoral da Criança durante dez anos.
A parceria do governo brasileiro com o Timor vem de longe. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) timorense foi elaborada com o auxílio do Ministério da Educação.
Agora, a idéia do programa é construir um currículo arrojado, deixando de lado modelos ultrapassados e trabalhando com a convergência de diversas áreas do conhecimento. “Em 1982, você nem sonhava com educação ambiental. Vamos pular essa fase tecnicista do ensino e vamos para essa fase holística. Hoje você dá uma aula de matemática e fala de reciclagem. O mesmo acontece nas outras aulas, de geografia por exemplo. Educação ambiental não é uma disciplina, é um paradigma que tem que estar em todas as disciplinas.”
Para isso, a Capes escolheu profissionais pluralistas. Gente criativa, despojada e com habilidade em áreas que aparentemente parecem opostas. “Uma colega é turismóloga, professora de química e dá aulas para a terceira idade. Um outro colega é psicólogo, administrador de empresas e dá aulas de literatura”, conta. “Esse é o profissional do terceiro milênio”, resume.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354594/visualizar/
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