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Homicídio é a causa externa que mais mata
O homicídio é a principal causa de morte (não natural) de mulheres em Cuiabá. Na pesquisa realizada pela estudante universitária de Serviço Social, Ester Takamori, esse percentual atingiu 35% dos casos registrados pelo Instituto Médico Legal (IML), entre os anos de 2000 e 2002. A partir dos dados obtidos, ela também chegou à conclusão de que o homicídio de mulheres cometido por seus companheiros representa até 24% dos casos registrados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Quase 50% desses crimes foram praticados na residência do casal, com a utilização, em 53% dos casos, de arma de fogo. Quanto às mulheres assassinadas, a pesquisa identificou que 41% delas estavam na faixa etária de 17 a 23 anos e 41% delas eram donas de casa, função historicamente atribuída à mulher.
A partir da pesquisa, observou-se ainda que não há um perfil para o agressor. Ele pode estar inserido em qualquer meio social, desempenhar as mais variadas atividades profissionais, ter vasto conhecimento cultural ou ser um simples analfabeto, fazer uso ou não de bebida alcóolica. Segundo a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM), Vera Bertolini, a violência contra a mulher é o crime mais "democrático" que existe, pois atinge todas as classes sociais.
Segundo a estudante Ester, o fato da mulher depender do dinheiro do homem contribui drasticamente para que a violência que começou geralmente com uma agressão verbal evolua para a pancadaria e termine com a morte da mulher. É como se o marido reafirmasse seus direitos de "chefe de família", a mulher perde nesse sentido a individualidade, é propriedade "dele". Apesar de contraditória, a reação masculina em geral tem sido assim, mesmo quando a mulher ganha sua independência financeira.
Para a psicóloga Dainir Feguri existe uma explicação para a perpetuação desse tipo de situação e a resposta está na família. É observando a relação de dominação do pai e submissão da mãe que meninos aprendem a bater e meninas a silenciar. "A violência contra a mulher é cultural e só poderá ser mudada quando as figuras familiares repensarem seus papéis".
Quanto ao homicídios de mulheres no Brasil, Vera Bertolini explica que a maior parte deles é resultado de uma política pública adotada pelo Estado incapaz de gerir o problema da violência contra a mulher em sua complexidade (principalmente na parte preventiva), e pelo não enquadramento legal desse tipo de violência (de gênero) no Código Penal. Também é resultado de uma sociedade patriarcal que ainda fecha os olhos para o problema, por considerá-lo uma questão privada e que deve ser resolvida somente entre as partes envolvidas. "Quem nunca ouviu a expressão que em briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher? É justamente esse tipo de atitude da sociedade em geral, principalmente do poder público, que banaliza e perpetua a violência contra a mulher".(RD)
Quase 50% desses crimes foram praticados na residência do casal, com a utilização, em 53% dos casos, de arma de fogo. Quanto às mulheres assassinadas, a pesquisa identificou que 41% delas estavam na faixa etária de 17 a 23 anos e 41% delas eram donas de casa, função historicamente atribuída à mulher.
A partir da pesquisa, observou-se ainda que não há um perfil para o agressor. Ele pode estar inserido em qualquer meio social, desempenhar as mais variadas atividades profissionais, ter vasto conhecimento cultural ou ser um simples analfabeto, fazer uso ou não de bebida alcóolica. Segundo a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM), Vera Bertolini, a violência contra a mulher é o crime mais "democrático" que existe, pois atinge todas as classes sociais.
Segundo a estudante Ester, o fato da mulher depender do dinheiro do homem contribui drasticamente para que a violência que começou geralmente com uma agressão verbal evolua para a pancadaria e termine com a morte da mulher. É como se o marido reafirmasse seus direitos de "chefe de família", a mulher perde nesse sentido a individualidade, é propriedade "dele". Apesar de contraditória, a reação masculina em geral tem sido assim, mesmo quando a mulher ganha sua independência financeira.
Para a psicóloga Dainir Feguri existe uma explicação para a perpetuação desse tipo de situação e a resposta está na família. É observando a relação de dominação do pai e submissão da mãe que meninos aprendem a bater e meninas a silenciar. "A violência contra a mulher é cultural e só poderá ser mudada quando as figuras familiares repensarem seus papéis".
Quanto ao homicídios de mulheres no Brasil, Vera Bertolini explica que a maior parte deles é resultado de uma política pública adotada pelo Estado incapaz de gerir o problema da violência contra a mulher em sua complexidade (principalmente na parte preventiva), e pelo não enquadramento legal desse tipo de violência (de gênero) no Código Penal. Também é resultado de uma sociedade patriarcal que ainda fecha os olhos para o problema, por considerá-lo uma questão privada e que deve ser resolvida somente entre as partes envolvidas. "Quem nunca ouviu a expressão que em briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher? É justamente esse tipo de atitude da sociedade em geral, principalmente do poder público, que banaliza e perpetua a violência contra a mulher".(RD)
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354628/visualizar/
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