O vice-presidente de finanças do Flamengo, Michel Levy foi intimado a depor para ajudar nas investigações. O dirigente, no entanto, não recebeu a intimação em mãos, mas seu depoimento está marcado para esta sexta-feira na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo o delegado Rivaldo, que concedeu entrevista coletiva, o assunto do interrogatório é sigiloso, mas ele revelou que espera a colaboração do vice de finanças do clube. Ele ressaltou ainda que Levy vem na condição de testemunha.
- Ele foi intimado para esclarecer alguns pontos. Ele esteve aqui no dia da morte (do torcedor vascaíno) e servirá como testemunha. De resto não posso mais entrar em detalhes. O assunto é sigiloso - explicou.
A polícia lacrou a sede da Jovem Fla, no Centro, e apreendeu computadores, documentos e um cofre. Após a coletiva, o delegado fez questão de mostrar todo o material apreendido pela Polícia Civil. Nas residências dos presos também foram levados armamentos, drogas e dinheiro falso. Havia também muito material oficial do clube como camisas de jogo ainda com etiqueta. Foram apreendidos também veículos que serviam para fazer escolta dos torcedores.
- O que nos causa surpresa, além de todo material, é o conhecimento de ensinamentos militares que esses torcedores possuem. Apreendemos carros e motos que faziam escolta armada. A estrutura não é de torcida e sim de crime organizado. Nossa ordem é atuar implacavelmente, e é assim que vamos fazer - explicou o delegado.
Em nota, a assessoria de imprensa do Flamengo informou que o clube irá apurar a origem do material oficial apreendido. Algumas das camisas exibidas pela polícia possuem o escudo do Unicef no peito, modelo que não é vendido na loja oficial do clube e exclusivamente usado pelo time.
- O Flamengo desconhece, a denúncia é grave, e vai apurar se este material realmente saiu de dentro do clube - informou a direção do Rubro-Negro, em nota.
Chefe da Polícia Civil, a delegada Martha Rocha corroborou as palavras do delegado e aproveitou para mandar o recado para as outras torcidas do Rio de Janeiro.
- Estamos apenas começando. O estádio é lugar de paz, alegria e palco de um espetáculo que deve ser visto por famílias e não por bandidos. O foco não é o Flamengo e sim todos os demais clubes. Temos o apoio do Ministério Público e vamos em busca dessas pessoas que não se comportam como torcedores - finalizou.
Membros de torcida organizada foram presos em flagrante (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
Dos dez mandados de prisão, oito foram efetuados - começando pelo Norte e pelo Sul do estado. O acusado Fernando Porto de Oliveira, por exemplo, foi preso em Volta Redonda e chegou ao Rio de Janeiro de helicóptero.
Confira os nomes dos presos (na foto, da esquerda para a direita): Alexandre de Oliveira Medeiros, o Corredor; Afonso Ribeiro da Silva Júnior, o Afonsinho; Alan Flores da Costa, o Fininho; Carlos Renato Silva Santos, o Macedo; Anderson Mendes da Silva, o Padrinho; Felipe Ventura dos Santos Silva, o Felipinho; Thiago de Oliveira Ramos, o Noturno; Fernando Porto de Oliveira.
No início da tarde, o Flamengo divulgou uma nota oficial repudiando qualquer tipo de violência cometido por torcedores do clube. Além disso, o clube disse que não tem responsabilidade alguma sobre os atos cometidos pela torcida organizada. Confira a íntegra abaixo.
O Clube de Regatas do Flamengo reitera que repudia qualquer tipo de violência. E ainda esclarece que não possui qualquer tipo de responsabilidade por todo e qualquer episódio causado por facções de torcidas organizadas.
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