Assembléia vota na terça renúncia de Zemin como chefe militar

A Assembléia Nacional Popular (ANP), principal órgão legislativo da China, decidirá na terça-feira, por votação, se aceita a renúncia de Jiang Zemin como chefe da Comissão Militar Central do governo, apresentada na sexta-feira.

Este foi o anúncio feito pelo departamento de comunicação do Ministério de Assuntos Exteriores chinês ao divulgar a agenda da sessão anual da Assembléia Nacional Popular, que começou hoje.

Os 3.000 deputados aceitarão quase com toda segurança na votação, que tem um mero caráter simbólico e que marcará a retirada definitiva de Jiang, de 78 anos, da política chinesa.

Posteriormente, no dia 13, o Legislativo chinês elegerá o sucessor no cargo, provavelmente o atual presidente chinês Hu Jintao, que já sucedeu Jiang nos postos de secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCCh), chefe de Estado e chefe da Comissão Militar Central do Partido.

A Comissão Militar Central do Partido tem maior peso político na China que sua homóloga governamental, já que o Exército Popular de Libertação nasceu como um ramo do PCCh e depende mais de suas diretrizes que das do Executivo de Pequim.

Jiang Zemin apresentou na sexta-feira sua demissão à frente da segunda destas comissões durante a reunião prévia à sessão anual da ANP, iniciando o abandono do último alto cargo que conserva na cúpula de poder.

O político, que assumiu os máximos poderes da China em 1989, pouco depois do Massacre de Praça da Paz Celestial, deixou a Secretaria-geral do Partido em 2002, a presidência da China em 2003 e o comando da Comissão Militar do PCCh em 2004.

O abandono do quarto cargo, o de menor importância, confirma a transferência pacífica de poder à quarta geração de líderes chineses encabeçada por Hu Jintao.