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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 05 de Março de 2005 às 07:48

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Atendendo a uma determinação da justiça, a Polícia Federal está fazendo uma perícia complementar nas provas do processo que apura a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, assassinado no Paraguai no dia sete de setembro de 1999. O juiz havia denunciado a venda de sentenças em Mato Grosso. A escrevente de Leopoldino à época, Beatriz Árias, foi condenada a 12 anos de prisão por participação no crime. Outro acusado, Marcos Peralta, tio de Beatriz, morreu na noite de segunda-feira em virtude de complicações causadas por um diabetes.

A realização de uma nova perícia foi um pedido da defesa do lobista Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato. O processo estava na fase de alegações finais ou seja, defesa e Ministério Público se manifestam antes que o juiz dê a sentença. No caso, a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) pode levar o réu a ser julgado por um júri popular.

Na alegação final, os advogados de Josino pediram para ter acesso às gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal em 400 fitas e também solicitaram a perícia complementar. O MPF se manifestou em relação ao pedido, considerando-o “protelatório”. O juiz porém, acatou a solicitação. Terminada a perícia, o juiz Jeferson Schneider, da 2ª vara federal, deverá decidir se Josino vai a júri popular ou não. A defesa pediu a impronúncia, ou seja, a extinção do processo até que haja mais provas contra o réu. Já o MPF pede que o lobista vá a júri popular.

Leopoldino morreu em meio a uma crise no judiciário mato-grossense. O juiz denunciava desembargadores por venda de sentenças (nas quais o lobista seria o intermediário) e era acusado de ter desviado depósitos judiciais da vara de família, da qual era titular.

Em depoimento contido no processo, Beatriz relata que o juiz havia lhe dito que Josino teria feito propostas a ele. “Josino havia mandado um emissário lhe propondo cobrir todas as despesas correntes dos desfalques para que ele fechasse a boca e deixasse para lá o que vinha fazendo”, diz um trecho. Durante o processo, foram ouvidas oito testemunhas de defesa e seis da acusação.




Fonte: Diário de Cuiabá

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