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Carlos Lessa: "A Light é uma tragédia"
Rio de Janeiro - O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Carlos Lessa, acusou nesta sexta a distribuidora de energia elétrica do Rio de Janeiro, a Light, de ter problemas de governança corporativa. "A Light é uma tragédia", afirmou em entrevista, depois de prestar depoimento no Ministério Público sobre o caso da Eletropaulo (distribuidora de São Paulo). Lessa discorria sobre os problemas advindos de algumas privatizações. Horas depois, a Light informou em nota que vai pedir explicações a Lessa por suas declarações. "Causaram surpresas as críticas e vamos interpelá-lo", disse o comunicado.
Segundo Carlos Lessa, a dificuldade da Light em obter financiamento junto ao BNDES só existiu devido à linha administrativa e operacional da distribuidora. "Só se pode botar dinheiro em empresa com boa governança", frisou. Ele chegou a comentar que, em conseqüência disso, "está caindo o padrão de operação da empresa". Questionado se seria favorável a uma estatização da Light ou o que deveria ser feito dela, Lessa evitou falar diretamente em cassação. "Com energia não se brinca. É um setor base da atividade econômica e social. Se um operador está operando mal, tem que cair de pau em cima dele, lançando mão de todos os procedimentos de que o poder público dispõe", disse a jornalistas, após o depoimento de quase quatro horas sobre possíveis irregularidades na privatização da Eletropaulo.
Desde a gestão de Lessa, a Light vinha tentando um empréstimo junto ao BNDES para quitar parte de suas dívidas com 17 bancos, no valor total de US$ 1,5 bilhão. No processo de negociação, a Light assumiu compromissos de reduzir gradualmente as perdas resultantes de furtos de energia. Cálculos feitos à época indicaram que as perdas da companhia estavam em torno de 24% da energia fornecida. Pelas contas da Light, seria possível uma receita adicional em torno de R$ 25 milhões por ano para cada ponto porcentual de redução do furto.
O empréstimo chegou a ser aprovado, no valor de R$ 700 milhões, mas a liberação ficou condicionada a um acordo entre a distribuidora e seus credores, que até agora não ocorreu. Além disso, a empresa contaria com um reajuste extra para equilibrar seu orçamento. Na semana que passou, entretanto, o Ministério da Fazenda negou o reajuste extra à Light, de 6,13%, que já havia sido autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso fez com que a empresa voltasse à estaca zero nas negociações com os bancos, agora com maior dificuldade de obter o financiamento do BNDES.
O diretor de Relações Institucionais da Light, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, disse na última quarta-feira que a companhia vai renegociar suas dívidas com os bancos nos próximos dez dias. A Light tem até junho para apresentar os resultados desta negociação ao BNDES para ser incluída no programa de governo de ajuda às distribuidoras de energia elétrica. O diretor disse que há chances deste negociação sair a tempo já que o reajuste não foi negado, mas sim adiado para o mês de novembro, quando acontece o reajuste anual da Light. A estimativa do diretor é que, por não repassar de imediato o porcentual, a empresa deixe de receber R$ 300 milhões no período.
No total, as dívidas da Light somam US$ 1,5 bilhão, dos quais cerca de US$ 400 milhões estão sendo capitalizadas pela sócia majoritária da empresa, a francesa EDF. A multinacional já havia feito um aporte de capital em 2003, no valor de US$ 1 bilhão, e ameaçou deixar a concessão caso houvesse necessidade de um novo aporte. Porém, fontes do mercado, à época, consideraram remota esta possibilidade, já que, além de questões financeiras, ainda mais prejudiciais do que manter a companhia seria deixar a Light e enfrentar questões políticas.
Segundo Carlos Lessa, a dificuldade da Light em obter financiamento junto ao BNDES só existiu devido à linha administrativa e operacional da distribuidora. "Só se pode botar dinheiro em empresa com boa governança", frisou. Ele chegou a comentar que, em conseqüência disso, "está caindo o padrão de operação da empresa". Questionado se seria favorável a uma estatização da Light ou o que deveria ser feito dela, Lessa evitou falar diretamente em cassação. "Com energia não se brinca. É um setor base da atividade econômica e social. Se um operador está operando mal, tem que cair de pau em cima dele, lançando mão de todos os procedimentos de que o poder público dispõe", disse a jornalistas, após o depoimento de quase quatro horas sobre possíveis irregularidades na privatização da Eletropaulo.
Desde a gestão de Lessa, a Light vinha tentando um empréstimo junto ao BNDES para quitar parte de suas dívidas com 17 bancos, no valor total de US$ 1,5 bilhão. No processo de negociação, a Light assumiu compromissos de reduzir gradualmente as perdas resultantes de furtos de energia. Cálculos feitos à época indicaram que as perdas da companhia estavam em torno de 24% da energia fornecida. Pelas contas da Light, seria possível uma receita adicional em torno de R$ 25 milhões por ano para cada ponto porcentual de redução do furto.
O empréstimo chegou a ser aprovado, no valor de R$ 700 milhões, mas a liberação ficou condicionada a um acordo entre a distribuidora e seus credores, que até agora não ocorreu. Além disso, a empresa contaria com um reajuste extra para equilibrar seu orçamento. Na semana que passou, entretanto, o Ministério da Fazenda negou o reajuste extra à Light, de 6,13%, que já havia sido autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso fez com que a empresa voltasse à estaca zero nas negociações com os bancos, agora com maior dificuldade de obter o financiamento do BNDES.
O diretor de Relações Institucionais da Light, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, disse na última quarta-feira que a companhia vai renegociar suas dívidas com os bancos nos próximos dez dias. A Light tem até junho para apresentar os resultados desta negociação ao BNDES para ser incluída no programa de governo de ajuda às distribuidoras de energia elétrica. O diretor disse que há chances deste negociação sair a tempo já que o reajuste não foi negado, mas sim adiado para o mês de novembro, quando acontece o reajuste anual da Light. A estimativa do diretor é que, por não repassar de imediato o porcentual, a empresa deixe de receber R$ 300 milhões no período.
No total, as dívidas da Light somam US$ 1,5 bilhão, dos quais cerca de US$ 400 milhões estão sendo capitalizadas pela sócia majoritária da empresa, a francesa EDF. A multinacional já havia feito um aporte de capital em 2003, no valor de US$ 1 bilhão, e ameaçou deixar a concessão caso houvesse necessidade de um novo aporte. Porém, fontes do mercado, à época, consideraram remota esta possibilidade, já que, além de questões financeiras, ainda mais prejudiciais do que manter a companhia seria deixar a Light e enfrentar questões políticas.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354959/visualizar/
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