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Internacional
Sexta - 04 de Março de 2005 às 23:49

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A área de cultivo de ópio no Afeganistão triplicou em 2004, e este país está perto de se tornar um "narcoestado", destaca um documento do Departamento de Estado dos EUA divulgado nesta sexta-feira.

O Relatório sobre a Estratégia Internacional para o Controle de Narcóticos dos EUA apontou problemas na Birmânia e na Coréia do Norte. A Tailândia, pela primeira vez, recebeu uma nota muito positiva de Washington.

amigo e da presença militar internacional, o cultivo de ópio (precursor da heroína) em solo afegão triplicou durante 2004 em relação ao ano anterior, até o novo recorde de 206.700 hectares.

A produção de pasta de ópio chegou a 4.950 toneladas métricas, 17 vezes mais que a da Birmânia (o segundo maior produtor mundial), com um potencial de produção de 582 toneladas de heroína.

A produção de heroína afegã "representa uma grande ameaça à estabilidade mundial", diz o relatório, que calcula que de 40 a 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do Afeganistão vem das drogas. Por isso, o relatório reconhece que o Afeganistão está "à beira de se tornar um narcoestado".

O documento diz que esta piora aconteceu "apesar dos passos positivos" feitos pelo governo afegão e pelos doadores internacionais e atribui isso à deterioração das condições de segurança, que representam "um obstáculo considerável" para os esforços de erradicação.

Apesar de tudo, o relatório afirma que o processo de reconstrução iniciado no Afeganistão em 2002 está "sentando as bases para iniciar no futuro programas antidrogas bem-sucedidos".

A Birmânia é o segundo produtor mundial de ópio e um dos principais países asiáticos produtores de estimulantes baseados em anfetaminas, segundo o relatório americano. Os crescentes esforços do governo e o aumento da cooperação internacional conseguiram uma redução do cultivo de ópio, para até 30.900 hectares em 2004, uma redução de 34% em relação ao ano anterior.

A produção de ópio está concentrada no norte do país, junto à fronteira com a China, e está nas mãos da etnia Wa, cujos cultivadores e traficantes "atuam com impunidade".

O relatório diz que uma organização Wa comprometeu-se a pôr fim à produção de ópio depois do fim da colheita de 2005, mas o governo birmanês acusa essa etnia de outras atividades relacionadas às drogas, como a produção e tráfico de metanfetaminas.

O relatório americano inclui dois episódios de diplomatas norte-coreanos que foram detidos no ano passado, no Egito e na Turquia, enquanto tentavam fazer operações de tráfico de barbitúricos.

Também inclui relatórios de tráfico organizado de heroína entre a Coréia do Norte e a China, e lembra a apreensão na Austrália, em 2003, de uma embarcação norte-coreana que supostamente acabava de depositar um carregamento de heroína em território australiano, e a bordo do que havia um funcionário do Partido Comunista.

Por isso, o relatório de Washington diz que "é provável, embora não certo, que o Estado da Coréia do Norte faça comércio com narcóticos".

"Também há fortes razões para acreditar que na Coréia do Norte são produzidas metanfetaminas e heroína como resultado dessa mesma conspiração dirigida pelo Estado" norte-coreano, afirmou o documento.

Esta, no entanto, é a primeira vez que a Tailândia não aparece no relatório anual americano catalogado como "um país de importância na produção ou tráfico de drogas". O documento indica que isso é resultado do "progresso generalizado" desse país "durante muitos anos".





Fonte: EFE

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