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Internacional
Sexta - 04 de Março de 2005 às 20:04
Por: Luis Jaime Acosta

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A maior guerrilha colombiana, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), está mantendo um cerco a uma cidade na selva do país, próximo à fronteira com a Venezuela, disse na sexta-feira o governo, que ordenou que as Forças Armadas protejam os meios de comunicação contra ataques rebeldes.

O ministro da Defesa, Jorge Alberto Uribe, afirmou que centenas de rebeldes das Farc mantêm cercada a cidade de Puerto Inírida, capital do departamento de Guainia, 700 km a leste de Bogotá.

"Tudo começou há cinco dias, quando franco-atiradores mataram, da margem do rio, dois integrantes da Marinha", disse o ministro a jornalistas.

A cidade, que fica perto do ponto em que os rios Guaviare e Inírida se encontram, tem cerca de 13 mil habitantes, que se dedicam à pesca, à agricultura e à mineração de ouro.

O prefeito da cidade, Luis Carlos Sandoval, disse que as aulas foram suspensas e que o comércio fechou as portas com medo de a guerrilha entrar na cidade e saquea-la.

A cidade está sob toque de recolher entre as 18h e as 6h, além de sob lei seca. "Temos tropas suficientes na região e estamos muito alertas com a força aérea. A situação está sob controle e estamos preparados para enviar os reforços necessários quando eles forem exigidos", afirmou o ministro.

O ministro da Defesa disse que durante a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta aviões da força aérea bombardearam posições rebeldes na selva para evitar que a guerrilha entre na cidade.

O prefeito afirmou que, segundo informações dos moradores de Puerto Inírida, cerca de 400 rebeldes das Farc estão em torno da cidade para tomá-la, em represália à captura de um de seus comandantes há algumas semanas, na Venezuela.

O departamento de Guainia é uma região de selva estratégica para as atividades de cultivo de coca e processamento de cocaína das Farc, assim como para o tráfico de armas. Os rios contribuem para a mobilidade dos rebeldes e dos carregamentos, afirmaram fontes ligadas à segurança.

Enquanto isso, vários povoados do departamento de Putumayo, no sul do país, na fronteira com o Equador, continuavam sem sinal de televisão dos principais canais do país devido a um ataque das Farc contra uma estação retransmissora na quarta-feira.

Os rebeldes incendiaram os equipamentos das emissoras Caracol e RCN, no terceiro ataque contra meios de comunicação em duas semanas. Eles já tinham explodido uma emissora em Putumayo e um carro-bomba contra a sede da RCN, em Cali.

As Farc assumiram a autoria do ataque contra a RCN em Cali e o justificaram alegando que a cadeia de rádio e TV "vem assumindo papel ativo no conflito, transmitindo propagandas oficiais contra a insurgência".

O presidente Álvaro Uribe ordenou ao Exército e à polícia que protejam a sede e a infra-estrutura de transmissão da imprensa falada, escrita e televisiva do país, para evitar novos ataques.





Fonte: Reuters

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