Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Esportes
Sexta - 04 de Março de 2005 às 13:37

    Imprimir


Assim como no ano passado, muita coisa mudou na Fórmula 1, que dá largada à temporada de 2005 à meia-noite deste domingo, em Melbourne (AUS).

A intenção das novas regras é a mesma que motivou as alterações feitas no ano passado: brecar o domínio da Ferrari. Quanto ao caso específico do heptcampeão Michael Schumacher, número um do time italiano, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) dá sinais de rendição. Apenas torce para que, quando surgir um sucessor - ou sucessores, preferencialmente -, o nível seja mantido.

Enquanto as escuderias rivais, encabeçadas pela Renault e McLaren, esperam uma redistribuição dos pontos em jogo graças às modificações das regras técnicas e esportivas (veja quadros), Max Mosley, presidente da FIA, joga a toalha e opta por divagar sobre a "experiência" que se tornou ser contemporâneo do alemão, que nesta temporada tem a missão oferecer apenas "mais do mesmo": vitórias, voltas mais rápidas e ampliação de recordes.

Embora ainda julgue necessária e já repetitiva e infrutífera busca por braços capazes de rivalizarem com os do alemão, Mosley expôs suas impressões para 2005 com analogias a outras lendas do esporte, posição à qual Schumacher foi alçado com suas 83 vitórias, 137 pódios, 43 pole positions e 66 melhores voltas.

AERODINÂMICA

As asas dianteiras passaram a ficar a 15 cm do solo (eram 10 cm em 2004) nas seções que ficam distantes 12,5 cm do centro do bico do carro. As asas traseiras foram avançadas em 15 cm na direção da carenagem do carro. Os extratores traseiros ("túneis" que aceleram a passagem do ar sob o assoalho) não podem ter mais do que 12,5 cm de altura.

"Ele é um destes fenômenos do esporte, ele é como Muhammad Ali ou (Pete) Sampras, ou Tiger Woods no auge... é como 'estive lá, vi ele (sic) fazendo aquilo", explicou Mosley. "Mas o outro aspecto é que quando alguém o passar, o que mais cedo ou mais tarde vão fazer, será algo sensacional", confessou o supercartola, sonhando com um dinamismo que a F-1 ainda não viu nesta década.

Em busca dessa novidade, a FIA multiplicou alterações no regulamento. "Será um tipo de corrida muito diferente para todos, não serão três ou quatro arrancadas. Será uma prova de resistência", disse o inglês Jenson Button, da BAR.

Tal filme, embalado por outras ações "anti-Ferrari/Schumacher", já foi visto no ano passado. A visão comum era a de que Schumacher, desafiado por Kimi Raikkonen, da McLaren, teria chegado ao auge da carreira e não tinha mais para onde ir, a não ser descer. A resposta do campeão foram 13 vitórias em 18 provas, quebrando o recorde de pontos numa única temporada.

Schumacher também atingiu o recorde de sete vitórias consecutivas na mesma temporada e levou sua carreira para 83 vitórias em grandes prêmios. Para analisar os números em perspectiva, o piloto mais próximo em atividade é o escocês David Coulthard, com apenas 13 em uma década.

PNEUS

Cada piloto poderá usar no máximo 4 jogos de pneus por fim de semana de GP (no ano passado eram até 10). Nos pit stops não será permitida troca de pneus exceto se: 1) começar a chover; 2) um pneu furar ou apresentar defeito que comprometa a segurança.

Não há sequer um chefe de equipe rival que não gostaria de ter Schumacher em um dos seus carros. O campeão pode bater neste ano o recorde de 65 pole positions de Ayrton Senna. Schumacher precisa de apenas duas para se igualar ao brasileiro e pode também se aproximar da marca de 100 vitórias.

Não há dúvida de que ele queira atingir a marca, mesmo com o contrato com a Ferrari terminando no final de 2006. Há alguns recordes que o alemão nunca poderá bater. É provável que não passe a marca de 256 corridas do italiano Riccardo Patrese. Schumacher tem, até agora, 212.

PIT STOPS

Serão permitidos apenas para reabastecimento. Quando um piloto tiver de trocar um eventual pneu defeituoso ou furado, não pode reabastecer na mesma parada. Mas, como costuma dizer, ele vai pensar nas estatísticas quando se aposentar. Não são elas, nem o dinheiro, que o incentivam. "Você poderia dizer que há mais motivos para pessimismo, principalmente se considerarmos que outras equipes parecem estar bem preparadas", disse Schumacher em janeiro, quando os rivais começaram a testar seus novos carros.

"Pode ficar mais difícil, mas a parte difícil é o que também torna isso divertido. É mais uma temporada para ser esperada, porque adoro ser desafiado", completou.

A origem do desafio, por sua vez, surge dentro do próprio time de Maranello, que novamente inicia a temporada com um modelo híbrido. Segundo o "chefão" do box ferrarista, Jean Todt, o F2005 estará pronto "se atrasar muito, para o GP da Espanha", em 8 de maio. "Gostaríamos de ter o carro desde o início. Um novo carro, que por definição é o mais rápido. Mas a temporada é longa. Veremos no final", comentou Schumacher.

MOTORES

Cada motor terá de durar dois finais de semana de corrida. Em caso de necessidade de troca antes de um GP, o piloto perderá dez posições no grid daquela corrida. No ano passado os motores tinham de durar um fim de semana. Se um piloto abandonar uma prova, ele terá o direito de usar um motor novo na seguinte, que deverá de novo durar mais dois GPs.

A McLaren, com a dupla formada pelo colombiano Juan Pablo Montoya e o finlandês Kimi Raikkonen, e a Renault, que ressurgiu com força, ameaçam os planos do alemão. Novas formações na Williams e na BAR, vice-campeã de Construtores do ano passado, podem não estar em condições de ganhar na Austrália, mas também poderão vencer durante a maratona de 19 corridas da maior temporada da história da categoria. Assim como o brasileiro Rubens Barrichello, parceiro do supercampeão e que declarou estar "cansado de perder".

Caras novas

Pela primeira vez desde 1967, a França começará uma temporada sem um piloto, depois da saída de Olivier Panis. Outros que deixaram as pistas de maneira involuntária desde o início de 2004, incluindo o brasileiro Cristiano da Matta, o húngaro Zsolt Baumgartner, os italianos Gianmaria Bruni e Giorgio Pantano, e o alemão Timo Glock.

DEFINIÇÃO DO GRID

Passa a ser feita em duas sessões classificatórias, uma no sábado das 13h às 14h locais (exceto nas provas na América do Norte) e outra no domingo às 10h, sempre com voltas lançadas. A ordem de entrada no sábado é inversa ao resultado da corrida anterior (o vencedor será o último a ir para a pista). No domingo, ordem inversa à classificação no sábado (o mais rápido será o último a ir para a pista). Para a formação do grid vale a soma dos tempos. O piloto que não marcar tempo em um dos dois treinos larga no fundo do pelotão.

Somente duas equipes vão começar com a mesma formação de pilotos que no ano passado: Ferrari e BAR. Mas a BAR tem um novo chefe. A Williams, com o australiano Mark Webber e o alemão Nick Heidfeld, que vieram respectivamente da Jaguar e da Jordan, têm dois homens que ainda não venceram uma prova. Webber ainda não terminou acima do quinto lugar em três temporadas de Fórmula 1.

Outros quatro novatos chegarão, possivelmente cinco se o italiano Vitantonio Liuzzi, bem-cotado, for aprovado no lugar do austríaco Christian Klien na Red Bull. Minardi e Jordan, últimas colocadas, também terão pilotos sem experiência na Fórmula 1.

Além de Karthikeyan, a Jordan recrutou Tiago Monteiro como o primeiro piloto de Portugal desde que Pedro Lamy correu pela Minardi em 1996. A Minardi contratou o holandês Christijan Albers e o austríaco Patrick Friesacher.





Fonte: 24 Horas News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/355137/visualizar/