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Educação/Vestibular
Sexta - 04 de Março de 2005 às 13:10

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Estudantes brasileiros e argentinos da primeira série do ensino fundamental de escolas de fronteira terão aulas em português e em espanhol a partir deste ano. Os ministros da Educação do Brasil, Tarso Genro, e da Argentina, Daniel Filmus, lançam nesta sexta-feira, em Santa Catarina, o projeto Escolas Bilíngües em Zonas de Fronteira.

A iniciativa é resultado da declaração conjunta firmada em junho de 2004 pelos dois ministros para o fortalecimento da integração regional. O projeto-piloto se propõe a desenvolver atividades conjuntas em duas escolas do Brasil e duas da Argentina. O lançamento ocorrerá na Escola Estadual de Educação Básica Theodureto Carlos de Faria Souto, em Dionísio Cerqueira, Santa Catarina. A instituição tem 1.067 alunos de ensino fundamental e médio. O intercâmbio no país vizinho será feito com a Escola de Educação Geral Básica Mayor Juan Carlos Leonetti, com 400 estudantes, em Bernardo de Irigoyen, província de Misiones.

As outras duas escolas ficam Uruguaina, do lado brasileiro, e Paso de los Libres, na província de Corrientes. O Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) de Uruguaiana (835 alunos) fará a integração com a Escola de Educação Geral Básica Vicente Eládio Verón, (809 estudantes). As instituições atuarão juntas na formação de uma unidade operacional, o que permitirá aos professores vivenciar o bilingüismo que pretendem construir com as crianças. A capacitação dos docentes nos dois idiomas será feita por técnicos dos dois países.

Atividades – O trabalho nas quatro escolas começará no dia 10 próximo, com turmas da primeira série do ensino fundamental. Duas vezes por semana, professores de português das escolas brasileiras e de espanhol das escolas argentinas vão atravessar a fronteira para dar aulas no país vizinho. Nessa etapa do projeto, as aulas serão orais, pautadas por brincadeiras. A intenção é fazer o aluno gostar do outro idioma, ter interesse em aprendê-lo, entendê-lo e ter certo domínio da produção oral.

Brasileiros e argentinos também terão acesso a livros infantis em português e em espanhol. O MEC enviou um acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), com mais de cem títulos, a cada uma das escolas, além de dez exemplares de cada livro de primeira série do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) a instituições de ensino argentinas.

Os estudantes de segunda série em diante também terão experiências bilíngües. Ainda este ano, as escolas promoverão atividades conjuntas, como feira de ciências e comemoração de datas e festas populares dos dois países. Os alunos produzirão ainda um jornal bilíngüe e trocarão correspondência com os colegas estrangeiros.

Motivação – Segundo a coordenadora do projeto em Dionísio Cerqueira, professora Mari Cristina Grando, os professores estão motivados. “Conhecendo novos costumes, podemos compreender melhor o outro e estreitar os laços entre os dois países”, afirmou.

A implantação de um projeto desse porte exige a adaptação das instituições envolvidas. A diretora da escola Theodureto Souto, Salete Belmonte, teve que mudar o turno da primeira série para a parte da manhã porque as atividades bilíngües ocorrerão à tarde. “Foi preciso convencer os pais, mas todos acabaram entendendo a importância do projeto”, destacou.

Segundo Salete, saber o espanhol é fundamental para a comunidade, que precisa do idioma, principalmente nas atividades comerciais. “A gente entende, mas não consegue se comunicar de forma correta.”

Os alunos já vislumbram oportunidades de trabalho com a expansão do projeto. A estudante Raquel Ferrazzo, do segundo ano do ensino médio, considera um privilégio aprender o espanhol como segunda língua. “É importante para o nosso futuro profissional”, afirmou. “É também uma maneira de conhecer outra cultura, outros costumes”, disse Tiago Mateus Andrade, da terceira série.





Fonte: MEC

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