Juiz recorre ao STJ e STF para voltar ao caso Marchett

O juiz Pedro Pereira Campos Filho recorreu às mais altas instâncias da justiça brasileira para voltar ao caso que apura o assassinato dos irmãos Araújo em Rondonópolis. Em fevereiro de 2004, ele foi afastado do processo por decisão judicial a pedido do Ministério Público. Na semana passada, a defesa do juiz entrou com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também há recursos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Agora, o retorno do juiz ao caso está nas mãos dos ministros dos dois tribunais superiores. No processo, a agropecuarista Mônica Marchett e o pai dela, o sojicultor Sérgio João Marchett são acusados de serem os mandantes dos assassinatos de Brandão Araújo Filho, em 1999, e de José Carlos Machado Filho, em 2000. O MP pediu o afastamento de Pereira alegando que ele havia advogado anteriormente para os Marchett e seria amigo da família.

O juiz disse que está recorrendo à justiça para voltar ao caso porque entende ter havido erros no procedimento que o afastou. “A discussão é puramente acadêmica. Não é uma obsessão pelo processo”, explicou. Ele nega ter sido advogado da família e afirma nunca ter tido contato pessoal com Sérgio e Mônica Marchett. Em 2004, Mônica foi presa mas conseguiu um habeas corpus no STJ. A decisão é liminar, ou seja, provisória, e também vale para o pai dela. Agora, os ministros do Supremo estão julgando o mérito do HC, isto é, decidem de forma definitiva se a empresária e o pai aguardam o julgamento em liberdade ou não. Devido à demora para ouvir Sérgio Marchett, que mora na Bolívia, o processo foi desmembrado. Ele será julgado separadamente.

O ex-cabo Hércules Araújo Agostinho confessou ter matado os dois irmãos a mando dos Marchetti. De acordo com a promotoria, o crime teria sido motivado por uma disputa de terras.