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Nacional
Quarta - 02 de Março de 2005 às 20:25
Por: Lorenzo Falcão

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Produtores, artistas e gestores culturais de Mato Grosso retornaram de Brasília onde participaram do Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares na semana passada. Na bagagem um vasto aprendizado em torno de conceitos e formulações teóricas a respeito da cultura, bem como, o saldo positivo do intercâmbio com as artes e artistas de diferentes regiões brasileiras.

“Foi uma oportunidade de manter contato com o órgão gestor maior da cultura brasileira, que é o Ministério da Cultura”, salienta Hugo Taques, coordenador de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Estado de Cultura, que viajou com a comitiva mato-grossense. Ele disse que os participantes se sentiram satisfeitos e que os objetivos foram alcançados. Enfatizou que a troca de experiências com artistas de outros Estados e a proximidade com toda uma produção cultural advinda de influências e matizes diversificados foi um dos pontos altos da experiência.

Outro aspecto interessante, em especial para a própria Secretaria de Estado de Cultura, foram os entendimentos iniciais com a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, para que seja realizado um censo cultural em Mato Grosso. “Asseguramos o apoio dessa instituição para, de imediato, realizarmos um mapeamento cultural do Estado”, explicou Taques.

Uma das reivindicações mais prementes e que suscitou muitos debates foi a revisão dos investimentos federais para o setor cultural. Representantes do próprio MinC admitem que a região Sudeste sempre foi mais privilegiada, recebendo fatias maiores do bolo orçamentário destinado à Cultura. A distribuição mais justa, com mais recursos para os Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, aliás, não é uma reivindicação apenas do setor cultural.

EDUCAÇÃO E CULTURA

Além do seminário a comitiva mato-grossense teve a oportunidade de participar da IV Conferência Nacional de Educação e Cultura – Consolidando Novos Rumos, que aconteceu em Brasília, praticamente no mesmo período, da qual, participaram mais de duas mil pessoas, entre convidados e inscritos.

“Viemos fazer uma tarefa de casa. Viemos prestar uma audiência às pessoas que nos escolheram para representá-las; temos o objetivo de orientar nossa própria opinião e de melhorar nossa própria decisão”, manifestou-se o deputado federal Carlos Abicalil (PT/MT).

Abicalil é presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara e conduziu os trabalhos de abertura, que foram marcados por uma reflexão geral em torno de temas como inclusão, cultura e educação e tecnologias.

O secretário-executivo do MinC, Juca Ferreira, destacou que um dos principais desafios do Ministério é melhorar o acesso popular à leitura. Lembrou que 75% dos livros estão nas mãos de 16% da população e contra-atacou ressaltando que, através de uma parceria entre os ministérios da Cultura e da Educação, resulta no Programa Biblioteca para Todos, que vai implicar na construção de 200 novas bibliotecas pelo Brasil.

A conferência foi aberta com palestra do escritor Affonso Romano de Sant’anna. Seu discurso inaugural abordou os temas Inclusão e Desenvolvimento. Sant’anna sugeriu aos presentes uma reflexão a respeito da importância de a inclusão não transformar o indivíduo em mais um instrumento mercadológico. “Ao mesmo tempo que temos que incluir qualitativamente, temos que evitar os riscos de sermos engolidos pela globalização, que é uma forma canibalesca de inclusão”, diagnosticou o escritor.





Fonte: Assesoria/sec-mt

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