Viagem a Brasília foi experiência positiva para mato-grossenses
“Foi uma oportunidade de manter contato com o órgão gestor maior da cultura brasileira, que é o Ministério da Cultura”, salienta Hugo Taques, coordenador de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Estado de Cultura, que viajou com a comitiva mato-grossense. Ele disse que os participantes se sentiram satisfeitos e que os objetivos foram alcançados. Enfatizou que a troca de experiências com artistas de outros Estados e a proximidade com toda uma produção cultural advinda de influências e matizes diversificados foi um dos pontos altos da experiência.
Outro aspecto interessante, em especial para a própria Secretaria de Estado de Cultura, foram os entendimentos iniciais com a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, para que seja realizado um censo cultural em Mato Grosso. “Asseguramos o apoio dessa instituição para, de imediato, realizarmos um mapeamento cultural do Estado”, explicou Taques.
Uma das reivindicações mais prementes e que suscitou muitos debates foi a revisão dos investimentos federais para o setor cultural. Representantes do próprio MinC admitem que a região Sudeste sempre foi mais privilegiada, recebendo fatias maiores do bolo orçamentário destinado à Cultura. A distribuição mais justa, com mais recursos para os Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, aliás, não é uma reivindicação apenas do setor cultural.
EDUCAÇÃO E CULTURA
Além do seminário a comitiva mato-grossense teve a oportunidade de participar da IV Conferência Nacional de Educação e Cultura – Consolidando Novos Rumos, que aconteceu em Brasília, praticamente no mesmo período, da qual, participaram mais de duas mil pessoas, entre convidados e inscritos.
“Viemos fazer uma tarefa de casa. Viemos prestar uma audiência às pessoas que nos escolheram para representá-las; temos o objetivo de orientar nossa própria opinião e de melhorar nossa própria decisão”, manifestou-se o deputado federal Carlos Abicalil (PT/MT).
Abicalil é presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara e conduziu os trabalhos de abertura, que foram marcados por uma reflexão geral em torno de temas como inclusão, cultura e educação e tecnologias.
O secretário-executivo do MinC, Juca Ferreira, destacou que um dos principais desafios do Ministério é melhorar o acesso popular à leitura. Lembrou que 75% dos livros estão nas mãos de 16% da população e contra-atacou ressaltando que, através de uma parceria entre os ministérios da Cultura e da Educação, resulta no Programa Biblioteca para Todos, que vai implicar na construção de 200 novas bibliotecas pelo Brasil.
A conferência foi aberta com palestra do escritor Affonso Romano de Sant’anna. Seu discurso inaugural abordou os temas Inclusão e Desenvolvimento. Sant’anna sugeriu aos presentes uma reflexão a respeito da importância de a inclusão não transformar o indivíduo em mais um instrumento mercadológico. “Ao mesmo tempo que temos que incluir qualitativamente, temos que evitar os riscos de sermos engolidos pela globalização, que é uma forma canibalesca de inclusão”, diagnosticou o escritor.
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