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Economia
Quarta - 02 de Março de 2005 às 17:14
Por: Cibele Maciel

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Brasília – Os bancos públicos têm que ser vistos como bancos comerciais, que têm que prestar bons serviços para a população – mas tem que dar lucro. Hoje em dia, não há grandes diferenças entre bancos públicos e privados, diz o diretor de normas do Banco Central, Sérgio Darcy. Segundo ele, o BC não influencia a política dos bancos públicos em relação a oferta de baixas tarifas ou juros baixos. "O BC não se mete nisso. É uma decisão do governo, que é acionista majoritário, e da administração. Porque também não adianta fazer com que eles concorram com taxas baixas se isso for acarretar prejuízo", diz.

"Hoje, a rigor, (os bancos públicos) já não têm a importância que tiveram no passado, porque concorrem com os bancos privados. Além disso, não necessariamente operam custos mais baixos. Por exemplo, se você vai num banco público comercial como o Banco do Brasil, o custo dos empréstimos é praticamente igual ao do banco privado". A afirmação é do professor de economia da Universidade de Brasília, José Carlos Oliveira.

De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Procon SP, a taxa média anual de empréstimo pessoal do Banco do Brasil, em 2004, foi de 4,87%, bem próxima da média anual dos bancos, de 5,29%. Enquanto isso, a Caixa Econômica Federal obteve 5,02% na mesma comparação. As taxas relativas ao cheque especial entre os banco públicos e privados também não são muito diferentes. O Unibanco, por exemplo, cobrou em dezembro de 2004, 8,17% de juros no cheque especial, enquanto, o Banco do Brasil cobrou, no mesmo período, 7,73%.

Para o professor da Fundação Getúlio Vargas, Istvan Kasznar, "bancos públicos visam cooperar em prol do desenvolvimento, do crescimento e haveriam de oferecer taxa de juros relativamente baixa para que com o custo baixo do capital, se possa criar o progresso".

Atualmente, existem 189 bancos no país, sendo a maioria deles privados. Os bancos públicos federais são apenas cinco: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia (BASA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O professor de ciências contábeis e autuarias da UNB, Roberto Piscitelli, diz sentir saudades do tempo em que havia um número maior de instituições financeiras de pequeno e médio porte. Para ele, o país levou às últimas conseqüências o processo de concentração bancária. "Nós permitimos coisas no Brasil que são, ao meu ver, inadmissíveis, como, por exemplo, fazer com que instituições públicas privatizadas passassem a controlar as maiores instituições pré-existentes. Todo processo, inclusive de privatização e desestatização de instituições financeiras contribuiu para promover uma concentração ainda maior do sistema financeiro", declara.





Fonte: Agência Brasil

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