Técnicos da Seduc visitam aldeia Xavante
O objetivo da visita foi discutir a educação indígena na aldeia, que conta com 300 crianças de zero a cinco anos e 266 jovens da Educação Básica.
Os alunos da comunidade Marãiwatsad que estiverem estudando de 1ª a 5ª séries serão atendidos pelo município, na própria aldeia, em duas salas construídas pela prefeitura. Já os jovens que estudam da 6ª série ao Ensino Médio, freqüentarão a Escola Estadual Jerson Carlos da Sillva, localizada na zona urbana do município.
Atualmente vivem na aldeia, em uma área de conflito por posse de terra, 1,2 mil índios. Eles construíram, provisoriamente, 65 casas de madeiras cobertas com folhas de coqueiros. A comunidade indígena conta ainda, com um posto da Funai e um da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Segundo o líder da equipe de Educação Indígena da Seduc, Sebastião Ferreira de Souza, a legislação defende o respeito à vontade da maioria do povo indígena, mas ele atenta para o Parecer 14/99 e a Resolução 3/99 do Conselho Nacional de Educação, que garante uma escola de qualidade, com utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, além de normas e ordenamento jurídico próprios.
“Nós entendemos que o melhor seria manter toda a escolarização indígena na própria aldeia, garantindo assim, o desenvolvimento do processo educativo na própria comunidade, além do mais, o atendimento na cidade cria uma barreira lingüística entre alunos Xavantes e professores não índios. Sem falar, do transporte escolar”, disse Souza.
Atendendo algumas reivindicações da aldeia, a Seduc enviará na primeira quinzena de março, 100 carteiras, um computador, um fogão de seis bocas, um freezer e materiais didáticos para a aldeia. A pedido da secretária, Ana Carla Muniz, a equipe de Educação Indígena terá, ainda em março, mais uma conversa com a comunidade indígena, onde colocarão a preocupação dos jovens estudarem na cidade.
HISTÓRIA- Depois de quase 40 anos, os Akwe-Xavante orientais retornaram ao seu território de origem, do qual haviam sido removidos em 1966, quando Ariosto da Riva adquiriu a fazenda Suiá-Missú, que após associar-se ao grupo Ometto, passou a Agropecuária Suiá-Missu S.A.
Com um acordo entre os proprietários da fazenda e o antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI, que antecedeu a Funai), Força Área Brasileira (FAB) e a Missão Salesiana de São Marcos, o governo federal transferiu os índios para a Missão, distante 400 Km da fazenda Suiá-Missu. Foi preciso que os indígenas, em novembro de 2003, acampassem no limite de suas terras para conseguirem suspender uma liminar que os impedia de terem-na de volta.
A decisão saiu em agosto de 2004 e determinou o retorno dos índios a terra e a convivência temporária deles com os posseiros que ainda ocupam a área, e sobre os quais cabe ao Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra) o reassentamento.
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