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Quarta - 21 de Novembro de 2012 às 16:38
Por: Janaína Carvalho

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Janaína Carvalho/G1
Helicóptero ficou totalmente destruído e e com pedações presos nas árvores
Helicóptero ficou totalmente destruído e e com pedações presos nas árvores
O aluno Felipe Berredo tinha 18 anos e morreu na queda do helicóptero (Foto: Reprodução / Facebook)
O aluno Felipe Berredo tinha 18 anos (Foto:
Reprodução / Facebook)


 

Os corpos de Sylvestre Travassos Neto, de 34 anos, e Felipe Berredo, de 18, foram retirados da mata na tarde desta quarta-feira (21) e já estão no Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio. Eles morreram no acidente com um helicóptero na Grota Funda, em Guaratiba, na Zona Oeste, na manhã desta quarta-feira (21).

Amigos de profissão do piloto Sylvestre Travassos Neto afirmaram que ele era experiente e tinha mais de mil horas de voo. Segundo o policial da Coordenadoria de Recursos Especiai (Core) e instrutor de voo Leonardo Aranha, o professor Silvestre jamais colocaria a vida dele e de um aluno em risco. Felipe Berredo, de 18 anos, também morreu no acidente com a aeronave da escola de aviação Rio 22.

"Esse garoto trabalhou comigo e era um cara super experiente. Ele nunca colocaria o aluno em uma situação de risco iminente. Antes de qualquer voo, ele firmava com o aluno as condições meteorológicas e as regras. Tenho certeza que ele não colocou o aluno dentro de uma nuvem", afirmou Aranha, que trabalha em uma escola onde o piloto Sylvestre já trabalhou.

Corpos das vítimas do acidente de helicóptero são retirados da mata (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Corpos das vítimas do acidente de helicóptero são retirados da mata (Foto: Janaína Carvalho/G1)

 

Conforme mostrou o RJTV, a área onde aconteceu o acidente costuma ser usada para voos de instrução, pois é uma área com número menor de aeronaves. Contudo, o tempo na parte da manhã estava bastante nublado e, portanto, com baixa visibilidade.

De acordo com o instrutor de voo Bruno Dinelli, que deu as aulas teóricas para Felipe, o jovem era muito dedicado e estava terminando o curso para piloto.

"Primeiro são 4 meses de aula teórica para piloto privado, depois são mais 40 horas de aulas práticas. Depois disso, o aluno passa por mais 5 meses de aula teórica para piloto comercial, para então realizar 60 horas de aula prática para essa modalidade. Ele era um garoto super dedicado, que estava sempre interessado nas aulas, nunca faltava e só queria concluir o seu curso para poder exercer a atividade remunerada", declarou Dinelli.

Além de piloto de helicóptero, Sylvestre era professor de jiu-jitsu (Foto: Reprodução / Facebook)
Além de piloto, Sylvestre era professor de jiu-jitsu
(Foto: Reprodução / Facebook)


 

Além de instrutor de voo, Sylvestre Neto também era mestre de jiu-jitsu em uma academia em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Ele fazia parte de um projeto do Instituto Reação, do judoca Flavio Canto, que oferecia bolsas para alunos da Cidade de Deus, também na Zona Oeste, segundo informou o amigo e professor de jiu-jitsu, Rodrigo Abreu, de 32 anos.

“Vamos reunir todo mundo para saber o que vamos fazer, para saber até mesmo se o jiu-jitsu vai continuar na academia. Ele era um cara excepcional, recebia todo mundo sorrindo, uma pessoa super do bem. Ele dava bolsa para quem não podia pagar. Tirava do próprio bolso para ajudar as pessoas”, declarou Abreu, que contou ainda que o Silvestre pretendia se casar em junho do ano que vem.

Corpos das vítimas do acidente de helicóptero são retirados da mata (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Corpos das vítimas do acidente de helicóptero são
retirados da mata (Foto: Janaína Carvalho/G1)

 


O acidente
O caseiro Júlio César Jesus Pinto, de 40 anos, contou que tudo aconteceu muito rápido. "Ele veio da Barra no sentido Santa Cruz e só ouvi o estrondo. Cheguei lá e estava tudo destruído. Um corpo estava pendurado na árvore e outro caído no chão do lado de fora do helicóptero. Na hora do acidente tinha muita neblina, não dava para ver nada. Até carro tinha que ter cuidado para passar aqui na estrada. A visibilidade era péssima", disse o Júlio, que trabalha em um sítio próximo ao local do acidente.

O caminhoneiro Marcelo da Silva Gama, 37 anos, viu o momento em que a aeronave estava sem controle. "Ele vinha embicado para baixo e cheguei a comentar com o meu colega que aquele helicoptero estava caindo. Ele bateu numa jaqueira e caiu de vez. Acho que se não tivesse batido nessa árvore, eles teriam sobrevivido. Aqui, quando tem neblina, nao dá para ver nada. Sempre tem acidente de carros e caminhões nessa região", afirmou o caminhoneiro.

Por volta das 10h, a aeronave, que pertence à empresa Rio 22, foi encontrada totalmente destruída. No mesmo horário, peritos foram para o local do acidente. Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) chegou por volta das 12h e foi a responsável pela liberação dos corpos. Segundo a Cenipa, o resultado da perícia, que esclarecerá as causas do acidente, deve ficar pronta em 30 dias.






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