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Quarta - 02 de Março de 2005 às 14:19

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A Internet está se tornando um importante instrumento para o tráfico internacional de drogas e remédios perigosos. A advertência foi feita pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) em seu relatório anual, publicado hoje em Viena. A entidade, subordinada à ONU, pede aos governos que tomem medidas enérgicas contra as farmácias sem licença que operam pela Internet, e propõe um acordo internacional para evitar a proliferação do fenômeno. As vendas ilegais, segundo o relatório, trazem riscos potencialmente mortais para os clientes.

As farmácias sem licença que operam na Web normalmente vendem entorpecentes e substâncias psicotrópicas sem receita. As operações incluem substâncias com um elevado potencial de uso indevido, como certos opióides (a oxicodona, por exemplo), estimulantes (anfetaminas) e benzodiazepinas (alprazolam e diazepam, por exemplo).

Na lista de produtos consumidos de forma maciça estão outras substâncias que trazem possíveis riscos mortais quando consumidos sem uma supervisão médica adequada, como o fentanil e o secobarbital. As vendas ilícitas pela Internet e o contrabando de produtos farmacêuticos que contêm entorpecentes e substâncias psicotrópicas pelo correio aumentaram muito no ano passado e atualmente são a ampla maioria dos negócios destas farmácias que operam ilicitamente pela Internet, continuou o relatório.

Os riscos se agravam quando os produtos farmacêuticos são de qualidade questionável e "inclusive em alguns casos, as drogas são falsificadas", destaca o relatório. Para coordenar a luta contra este flagelo, a Jife espera convocar uma reunião de organismos regionais e internacionais interessados, como a Interpol, a Organização Mundial de Alfândegas, a Organização Mundial da Saúde e a União Postal Universal.

"A possibilidade de agir de forma significativa contra estas atividades ilícitas exige uma estreita cooperação internacional e, sobretudo, a vontade política de todos os governos para dar importância a este assunto", concluiu o presidente da Junta, Professor Hamid Ghodse. Por enquanto, o organismo apelou aos governos para que compartilhem informação, ajam firmemente contra a oferta para afogá-la e bloqueiem o abastecimento de farmácias sem licença que operam na Internet.

Em outras considerações sobre as drogas no mundo, a Jife destaca que na América do Norte "o abuso ou o uso indevido de remédios com venda sem receita é, aparentemente, um fenômeno que está em crescimento". Por outro lado, "registrou-se uma considerável diminuição no consumo de drogas ilícitas entre os estudantes de nível médio, a primeira em mais de uma década".

A região que engloba a América Central e o Caribe continua afetada pelo tráfico e pelo uso indevido de cocaína em grande escala. O tráfico de drogas, assim como a lavagem de dinheiro e a corrupção, seguem pondo em risco a estabilidade da América do Sul.

"Na Europa, cerca de 28,8 milhões de pessoas (5,3% da população) fizeram uso indevido de maconha durante os últimos 12 meses", adverte a Jife. "No entanto, no debate público sobre o consumo de maconha se destacam mais seus supostos benefícios do que seus riscos".





Fonte: AFP

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