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Internacional
Terça - 01 de Março de 2005 às 22:50

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Com a apuração praticamente encerrada, os resultados indicam que a grande maioria do eleitorado do Burundi votou a favor da nova Constituição, submetida a referendo ontem e que tenta combater a violência recorrente no país, distribuindo o poder entre a maioria hutu e os tutsis.

"Com 92,63% dos votos apurados, 91,52% dos eleitores votaram a favor e 8,48% contra", disse à EFE o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional Independente de Burundi (Ceni), Astére Kana.

Segundo a Ceni, mais de 90% dos 3.129.136 inscritos no censo eleitoral participaram do referendo, que se caracterizou pela ausência de incidentes.

Espera-se que a apuração dos votos acabe nas próximas horas e, embora os resultados sejam provisórios - os definitivos só serão conhecidos na próxima sexta-feira -, a elevada percentagem a favor da Constituição torna praticamente impossível uma reviravolta no resultado.

Os eleitores tinham que se pronunciar sobre uma Constituição que divide o poder entre a maioria hutu (84% da população) e os tutsis (15%).

Pela primeira vez, a Constituição inclui o princípio de poder partilhado entre as duas etnias e estabelece um sistema de cotas: 60% de hutus e 40% de tutsis no governo e no Parlamento, com uma divisão de 50% dos postos no exército.

A última vez em que os burundineses votaram foi em 1993, para escolher seu presidente nas primeiras eleições democráticas do país, cuja história depois da independência da Bélgica, em 1962, foi marcada pela violência entre hutus e tutsis.

Os tutsis, apesar de ser minoria, dominaram historicamente o poder político-econômico e as forças armadas burundinesas.

No entanto, quatro meses depois das primeiras eleições democráticas, seu vencedor, o hutu Melchior Ndadaye, foi assassinado, desencadeando uma guerra civil entre grupos rebeldes hutus e o exército, em confrontos nos quais mais de 200 mil pessoas morreram, a maioria civis.





Fonte: EFE

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