Agricultores gaúchos enfrentam perdas na produção de milho e soja
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Ezídio Vanelli Pinheiro, informou que 392 municípios estão em situação de emergência no estado. "Destes, 52 estão sem água potável, e a situação é gravíssima em todo o estado", disse Pinheiro.
Segundo Pinheiro, essa é a primeira seca de que ouviu falar em que terminou todo o alimento do dia-a-dia. "O agricultor não tem o que comer. Perdeu a horta, a mandioca, a batata, a moranga. Rios que nunca secaram hoje estão secos, e há famílias que desistiram de pensar em agricultura. É preciso andar até 20 quilômetros de carroça para pegar água para os animais e para o próprio consumo", relatou.
Em audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rossetto, durante o 9º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, os agricultores expuseram os problemas que enfrentam por conta da estiagem. De acordo com o ministro, a prioridade é operar o seguro da agricultura familiar, o Proagro Mais, do governo federal. Segundo o ministro, dos 190 mil contratos de produtores, 40 mil fizeram pedidos de avaliação de perdas e estão sendo analisados.
O ministro assegurou que que os agricultores receberão integralmente seus direitos e disse que, até maio, todos os benefícios do seguro deverão estar garantidos. "Estamos estudando e apresentando ao governo um conjunto de outros temas de prorrogação de custeios não segurados, como o custeio pecuário, prorrogação de pagamento e investimentos", informou Rossetto. Além disso, estão em debate medidas que ampliem a possibilidade de cobertura e minimização da perda, que é muito grande para os agricultores, afirmou Rossetto, que ainda hoje encaminhará ao presidente Lula um relatório sobre a situação do Rio Grande do Sul.
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