Grã-Bretanha cria banco de tecidos para pesquisar morte súbita
Durante dois anos, um grupo de pesquisadores vai coletar amostras de tecido saudável e doente para ajudar nas pesquisas sobre uso de drogas, epilepsia, asma, síndrome da morte súbita em bebês e suicídio, entre outras.
"Queremos investigar as causas da morte súbita", disse a professora Jeanne Bell, do Western General Hospital de Edimburgo, que comanda o projeto, durante uma entrevista coletiva na terça-feira.
"Isso nos dará a oportunidade de analisar todo o ciclo de vida das doenças."
Financiado pelo Conselho Britânico de Pesquisa Médica, o grupo pretende coletar amostras de até 1.000 autópsias realizadas por ano em Edimburgo. Os tecidos serão armazenados no hospital e disponibilizados para pesquisas em todo o mundo.
As amostras não se limitarão a um determinado tipo de doença ou a uma faixa etária, como certos bancos de tecidos, afirmou Bell. O objetivo principal é coletar amostras do cérebro, mas pode haver outros órgãos armazenados.
James Underwood, presidente do Royal College of Pathologists, disse que a redução no número de autópsias realizadas na Grã-Bretanha pode atrapalhar o trabalho. "Cerca de 50 por cento de todas as mortes em hospitais eram seguidas por autópsias em 1960. Hoje, o número é de menos de 5 por cento", afirmou.
Bell disse que o sucesso do projeto depende do número de parentes que concordam em doar amostras, mas afirmou que um estudo piloto mostrou resultados animadores. "Eles estão desesperados para que pesquisemos. E nós estamos desesperados para pesquisar."
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