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Internacional
Terça - 01 de Março de 2005 às 10:37
Por: Carmen Postigo

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Israel é a grande ausência da Conferência de Londres, encontro no qual a estrela é o sucessor de Yasser Arafat, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, personagem considerado fundamental ao processo de paz no Oriente Médio em que está presente o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.

Oficialmente, o primeiro-ministro de Israel evita comparecer a um fórum internacional que pressione o Estado judeu a alcançar uma solução imposta ao conflito entre palestinos e israelenses.

Sharon considera que Israel tem de negociar diretamente com a ANP e com seu presidente, a quem não desqualificou como interlocutor apesar do atentado de sexta-feira, e que nesta segunda-feira recebe um formidável apoio internacional em Londres.

Em seu novo mandato e depois da morte de Arafat, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, parece empenhado em colocar um ponto final ao conflito entre palestinos e israelenses e estabelecer sua visão dos dois Estados convivendo pacificamente, na nova ordem que tenta estabelecer no Oriente Médio.



A pressão dos EUA e da União Européia (UE) pesa mais do que nunca sobre Israel, contido na hora de responder militarmente ao atentado suicida de sexta-feira em Tel Aviv. O atentado foi atribuído à Jihad Islâmica e deixou cinco mortos e 50 feridos.

Israel e a ANP limitaram-se a acusar a Síria, que é visto como o próximo alvo dos EUA depois da queda de Saddam Hussein e a possível solução do histórico desencontro entre palestinos e israelenses.

Sharon mantém o cessar-fogo alcançado na cúpula de Sharm el-Sheikh (Egito) em 8 de fevereiro junto com o presidente Abbas. Nem sequer foi demolida a casa da família do suicida, Abdala Badrán, em uma aldeia de Tulkarem, porque o exército israelense considera agora que a derrubada de casas palestinas não é um elemento de dissuasão.

Foram suspensas as reuniões dos comitês de palestinos e israelenses para abordar a libertação de prisioneiros palestinos e a retirada de Israel de cinco cidades cisjordanianas, além de sua transferência aos serviços de segurança palestinos.

O atentado não suspendeu a retirada de Israel e o desmantelamento de 21 de assentamentos da Faixa de Gaza e de quatro da Cisjordânia previsto para julho, que pôs em pé de guerra à extrema direita israelense.

Sharon aceitou que seu plano unilateral chamado "plano de desligamento dos palestinos" seja enquadrado no "Mapa do Caminho " ou plano de paz elaborado pelo Quarteto de Madri (EUA, ONU, Rússia e UE).

Em Londres, Israel obteve a promessa de que em seus discursos o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, exiigrão do presidente da ANP o desmantelamento das infra-estruturas dos grupos armados palestinos.

O presidente da ANP compromete-se a "restaurar e reavivar as linhas de comunicação com os serviços de segurança israelenses sobre temas de segurança e buscará afiançar o processo (de paz) com eles", na declaração final publicada no jornal israelense Ha'aretz.

A ANP compromete-se com uma estratégia de segurança que "crie as condições que guiem o processo de paz, com o objetivo imediato de restaurar a lei e a ordem interna para impedir a violência".

A essência da cúpula resume-se na introdução do documento final: "Dois Estados, um Israel seguro e a salvo, e uma Palestina soberana, independente, viável, democrática e territorialmente contígua, vivendo um ao lado do outro em paz e segurança". Para isso, além do apoio político a Abbas, os países doadores contribuirão com uma grande quantia econômica à ANP.





Fonte: EFE

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