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Luta contra a pobreza é essencial para combater o narcotráfico
O narcotráfico continua sendo um forte fator desestabilizador das sociedades da América do Sul, onde os avanços na erradicação de cultivos ilícitos só terão efeito se for consideravelmente reduzida a pobreza.
Esta foi a advertência feita hoje, terça-feira, em Viena pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) ao apresentar seu relatório anual nesta capital e destacar seu convencimento de "que é sumamente importante" reduzir a pobreza para conseguir uma redução contínua da produção de folha de coca.
"O tráfico de drogas, assim como a lavagem de dinheiro e a corrupção concomitantes, seguem pondo em risco a estabilidade da América do Sul", ressalta a Jife, um ente autônomo do sistema das Nações Unidas encarregado de velar pelo cumprimento dos acordos sobre o uso adequado dos entorpecentes.
Em seu capítulo sobre a região, assinala que as reiteradas tentativas dos narcotraficantes de intimidar os funcionários das procuradorias revelam quão estreitos são os vínculos entre o tráfico de drogas e a delinqüência organizada.
Além disso, o alcance político do problema ficou patente nos recrudescidos enfrentamentos travados entre os cultivadores de coca e o governo da Bolívia, como também na freqüência e no nível de violência de enfrentamentos análogos no Peru.
No entanto, entre as principais novidades, a Jife destaca que em 2003 foram registrados "importantes eventos positivos", entre os que lembra uma melhor cooperação regional, assim como com os EUA e a Europa, nos esforços de intercepção do tráfico, que levou a maiores volumes de apreensão de droga.
Também continuou a redução dos cultivos ilícitos de folha de coca e, segundo se calcula, em 2003 sua superfície total em Bolívia, Colômbia e Peru diminuiu 11% com relação a 2002, até chegar a 154.000 hectares, o nível mais baixo em um decênio.
Onde mais diminuíram essas plantações foi na Colômbia, de 102.000 para 86.000 hectares de 2002 a 2003, provavelmente por ser o único país que as erradica mediante fumigação, enquanto que nos demais a erradicação é feita de forma manual.
No Peru, essas plantações caíram 5%, para 44.200 hectares, enquanto na Bolívia o cultivo de coca ilícito ocuparia cerca de 23.600 hectares, segundo os cálculos da ONU.
Mas o controle das drogas é ainda "um problema de importância política considerável, não só para a própria região, mas também para o resto do mundo", destaca.
Além "do aumento das apreensões de cocaína e da diversificação das rotas de tráfico, se desprende que o volume essa droga não é pouca nos mercados ilícitos", acrescenta.
Os especialistas detectaram indícios que as reduções das plantações ilegais foram neutralizadas por um incremento do rendimento agrícola dos cultivos existentes, assim como o uso de parcelas maenores na Colômbia, aparentemente em uma tentativa de dificultar a erradicação por fumigação.
No Peru, detectaram-se melhores técnicas agrícolas, com um aumento da densidade das plantações ilícitas e a utilização de adubos, enquanto na Bolívia "já é comum recorrer à rega e aos adubos" para cultivar a coca.
Registraram-se também deslocamentos entre fronteiras de plantações ilícitas para Equador e Venezuela, dois países que, junto ao Brasil, são os mais afetados na região pelo trânsito de drogas dos países produtores para os principais mercados de consumo, que são Estados Unidos e Europa.
Em vista disso, a Junta ressalta que um êxito durável na luta contra as drogas "dependerá da capacidade de oferecer aos agricultores nos países produtores meios de subsistência alternativos que sejam sustentáveis".
Por isso, insta a comunidade internacional a apoiar o desenvolvimento alternativo nesses países.
Sobre o consumo, o amplo uso de erva e resina de cannabis passou em alguns países a ocupar o segundo lugar, como na Venezuela, onde é superado pelo da cocaína, ou no Brasil, onde as drogas mais freqüentes são as benzodiazepinas.
Segundo a Junta, "há diferenças consideráveis entre os países" a respeito da facilidade de aceder às drogas e se considera que "é mais difícil no Equador e no Uruguai que no Paraguai e na Venezuela".
O uso indevido de drogas parece diminuir ou se manter pelo menos estável no Chile, país que, por outro lado, junto à Argentina, registra um aumento do tráfico de substâncias ilícitas.
As rotas do contrabando de drogas tornaram-se mais complicadas e assim, por exemplo, cada vez mais cocaína colombiana chega através de Portugal a países africanos como Angola, Moçambique e África do Sul.
Esta foi a advertência feita hoje, terça-feira, em Viena pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) ao apresentar seu relatório anual nesta capital e destacar seu convencimento de "que é sumamente importante" reduzir a pobreza para conseguir uma redução contínua da produção de folha de coca.
"O tráfico de drogas, assim como a lavagem de dinheiro e a corrupção concomitantes, seguem pondo em risco a estabilidade da América do Sul", ressalta a Jife, um ente autônomo do sistema das Nações Unidas encarregado de velar pelo cumprimento dos acordos sobre o uso adequado dos entorpecentes.
Em seu capítulo sobre a região, assinala que as reiteradas tentativas dos narcotraficantes de intimidar os funcionários das procuradorias revelam quão estreitos são os vínculos entre o tráfico de drogas e a delinqüência organizada.
Além disso, o alcance político do problema ficou patente nos recrudescidos enfrentamentos travados entre os cultivadores de coca e o governo da Bolívia, como também na freqüência e no nível de violência de enfrentamentos análogos no Peru.
No entanto, entre as principais novidades, a Jife destaca que em 2003 foram registrados "importantes eventos positivos", entre os que lembra uma melhor cooperação regional, assim como com os EUA e a Europa, nos esforços de intercepção do tráfico, que levou a maiores volumes de apreensão de droga.
Também continuou a redução dos cultivos ilícitos de folha de coca e, segundo se calcula, em 2003 sua superfície total em Bolívia, Colômbia e Peru diminuiu 11% com relação a 2002, até chegar a 154.000 hectares, o nível mais baixo em um decênio.
Onde mais diminuíram essas plantações foi na Colômbia, de 102.000 para 86.000 hectares de 2002 a 2003, provavelmente por ser o único país que as erradica mediante fumigação, enquanto que nos demais a erradicação é feita de forma manual.
No Peru, essas plantações caíram 5%, para 44.200 hectares, enquanto na Bolívia o cultivo de coca ilícito ocuparia cerca de 23.600 hectares, segundo os cálculos da ONU.
Mas o controle das drogas é ainda "um problema de importância política considerável, não só para a própria região, mas também para o resto do mundo", destaca.
Além "do aumento das apreensões de cocaína e da diversificação das rotas de tráfico, se desprende que o volume essa droga não é pouca nos mercados ilícitos", acrescenta.
Os especialistas detectaram indícios que as reduções das plantações ilegais foram neutralizadas por um incremento do rendimento agrícola dos cultivos existentes, assim como o uso de parcelas maenores na Colômbia, aparentemente em uma tentativa de dificultar a erradicação por fumigação.
No Peru, detectaram-se melhores técnicas agrícolas, com um aumento da densidade das plantações ilícitas e a utilização de adubos, enquanto na Bolívia "já é comum recorrer à rega e aos adubos" para cultivar a coca.
Registraram-se também deslocamentos entre fronteiras de plantações ilícitas para Equador e Venezuela, dois países que, junto ao Brasil, são os mais afetados na região pelo trânsito de drogas dos países produtores para os principais mercados de consumo, que são Estados Unidos e Europa.
Em vista disso, a Junta ressalta que um êxito durável na luta contra as drogas "dependerá da capacidade de oferecer aos agricultores nos países produtores meios de subsistência alternativos que sejam sustentáveis".
Por isso, insta a comunidade internacional a apoiar o desenvolvimento alternativo nesses países.
Sobre o consumo, o amplo uso de erva e resina de cannabis passou em alguns países a ocupar o segundo lugar, como na Venezuela, onde é superado pelo da cocaína, ou no Brasil, onde as drogas mais freqüentes são as benzodiazepinas.
Segundo a Junta, "há diferenças consideráveis entre os países" a respeito da facilidade de aceder às drogas e se considera que "é mais difícil no Equador e no Uruguai que no Paraguai e na Venezuela".
O uso indevido de drogas parece diminuir ou se manter pelo menos estável no Chile, país que, por outro lado, junto à Argentina, registra um aumento do tráfico de substâncias ilícitas.
As rotas do contrabando de drogas tornaram-se mais complicadas e assim, por exemplo, cada vez mais cocaína colombiana chega através de Portugal a países africanos como Angola, Moçambique e África do Sul.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/356245/visualizar/
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