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Internacional
Terça - 01 de Março de 2005 às 08:03

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Bujumbura - Computados 47,16% dos votos do plebiscito sobre a nova Constituição de Burundi, o "sim" obteve 90,7% deste total, segundo os primeiros resultados divulgados na noite de segunda para terça-feira. Os burundenses se pronunciaram ontem sobre um novo texto constitucional, que reparte o poder de maneira mais eqüitativa entre a maioria hutu e a minoria tutsi, na primeira consulta popular realizada até agora desde a guerra civil em 1993.

Todos os partidos da etnia hutu, que representa 85% da população, fizeram campanha pelo "sim", enquanto que a maioria dos partidos tutsi (14%) optaram pelo "não". A participação foi superior a 87% dos eleitores, disse o o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente, Paul Ngarambe. O referendo foi decidido depois de sete anos de negociações.

A nova Carta Magna prevê que o país terá um presidente e dois vice-presidentes, um de cada etnia, enquanto o conselho de ministros e a Assembléia Nacional terão 60% de representantes hutus e 40%, de tutsis. O Senado terá 50% de hutus e 50% de tutsis. O texto também prevê a reforma do Exército e da polícia, para que haja paridade entre as duas etnias.

As últimas eleições em Burundi aconteceram em 1993 e desembocaram na guerra entre o exército - dominado pelos tutsis - e os rebeldes da maioria hutu. Quatro meses depois de sua eleição, em 21 de outubro de 1993, o presidente hutu - democraticamente eleito - Melchior Ndadaye foi assassinado em uma tentativa de golpe de Estado.

Burundi está entre os países mais pobres do mundo e marcado por conflitos étnicos. Antes da colonização, as tribos hutus e tutsis viviam de forma relativamente organizada. Contudo, a partir da independência, em 1962, sob uma monarquia tutsi, a violência étnica passou a ser uma constante. Apesar da maioria da população ser da etnia hutu, o governo e o exército foram tradicionalmente controlados pela minoria tutsi - herança da colonização alemã.





Fonte: AE - AFP

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