Homero culpa Funai por conflito em Suiá Missú
O início da desocupação está previsto para 6 de dezembro e os não-índios residentes no local prometem resistir. Enquanto a tensão entre posseiros e Xavantes aumenta, as autoridades buscam encontrar a solução para o impasse.
Segundo Homero, a disputa por ampliação de área para reserva indígena e produção é pertinente. O ruralista, contudo, aponta a falta de uma política governamental séria capaz de conduzir o processo de forma pacífica. “Não somos contra demarcações para abrigar as famílias indígenas que vivem de forma tradicional, como exige a Constituição. Porém, nossa revolta está na condução desse processo, que ocorre sem respeito ao princípio do contraditório, de maneira truculenta, em muitas vezes, com base em laudos antropológicos adulterados”, disparou.
Outra crítica feita por Homero é que a Funai, através de portarias, acaba legislando sem critérios. O deputado também denuncia que a prática acirra os conflitos, estimulando a segregação racial no Brasil. “Se a latente revolta aflorar, as consequências serão de responsabilidade do governo federal”, criticou.
Para tentar contornar a crise em Suiá Missú e evitar que outros conflitos semelhantes ocorram no país, Homero solicitou que o ministro da Justiça Eduardo Cardozo (PT) lidere esse debate dentro do Executivo central a fim de pacificar o campo. “A questão não é a falta de terra. Falta, sim, uma política séria neste país. Demarcação de área indígena não se limita em retirar os ocupantes, estes precisam ser indenizados e ter um local adequado para continuar vivendo dignamente”, concluiu.
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