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Internacional
Segunda - 28 de Fevereiro de 2005 às 23:20

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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, se reuniu nesta segunda-feira com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, conhecido como Abu Mazen, na véspera da cúpula sobre o Oriente Médio de Londres, que deve ser marcada pelo atentado suicida de Tel Aviv na última sexta-feira e pela ausência de Israel.

O encontro só foi confirmado à EFE por um porta-voz de Downing Street logo depois de Abbas ter chegado a Londres.

Essa mesma fonte confirmou ainda que a cúpula de amanhã será "construtiva".

No entanto, o ministro britânico de Assuntos Exteriores, Jack Straw, admitiu hoje que o atentado suicida contra uma discoteca de Tel Aviv - que deixou cinco mortos e cerca de 50 feridos - acrescentou "um cenário de fundo sombrio" à reunião, que tentará fortalecer as instituições políticas e de segurança palestinas antes do nascimento de um novo Estado.

A conferência - um empenho pessoal de Blair - tem como objetivo ajudar a construir um Estado palestino enquanto os israelenses preparam a retirada de Gaza, mas não irá tão a fundo quanto Abbas gostaria, já que evitará questões complicadas sobre Israel.

Apesar da ausência israelense, o governo britânico insistiu que a cúpula é "de alto nível", já que receberá Abbas, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança comum da UE, Javier Solana.

O encontro terá a participação de 30 delegações, entre elas a de todos os ministros do G-8 e de representantes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, já que um dos objetivos é preparar a conferência de doadores que acontecerá na Noruega.

Durante o fórum, também acontecerá uma reunião paralela do Quarteto de Madri (UE, ONU, Rússia e EUA).

A Cúpula de Londres será concluída com uma declaração política na qual, provavelmente, será destacada a importância do "Mapa de Caminho" como solução para a coexistência de dois Estados, Israel e Palestina.

A União Européia, que apóia os palestinos na criação de uma polícia civil, participa das reuniões decidida a "apoiar o processo palestino para adquirir as estruturas de um pré-Estado" e tentar evitar que "haja uma mudança de rumo", segundo explicou à EFE a porta-voz de Solana.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) apresentará seu programa de reformas baseado em instituições democráticas de governo, num aparelho de segurança mais efetivo e num programa de desenvolvimento econômico, embora o primeiro-ministro palestino, Ahmed Qorei, tenha ficado em Ramala devido ao atentado da sexta-feira.

Segundo garante o governo israelense, o grupo extremista Jihad Islâmica foi o autor do atentado suicida e atuou desde a Síria.

A acusação foi rejeitada pelo presidente sírio, Bachar al Assad.

Embora em nenhum momento tenha acusado diretamente Damasco de apoiar o grupo que organizou o atentado, Straw afirmou hoje que "há uma preocupação constante com o fato de algumas dessas associações terroristas continuarem operando na Síria, apesar da afirmação síria de que suas bases foram fechadas".

Por sua vez, o alto representante de Política Externa da UE espera que seja reiterada em Londres a esperança gerada na recente cúpula de Sharm al Sheikh (Egito), onde israelenses e palestinos decidiram por uma trégua, de modo que não haja uma recuo nos passos positivos de ambas as partes para restabelecer a confiança mútua.

"O atentado deve ser um incentivo para que não aconteça um retrocesso na situação de segurança. E o presidente palestino deve fazer o possível para garantir isso", afirmou a porta-voz de Solana.

Além de Javier Solana, representarão a UE na conferência a comissária européia de Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, e o ministro de Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, cujo páis ocupa a presidência rotativa do bloco europeu.





Fonte: EFE

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