Arcebispo anglicano admite racha devido à crise de clérigos gays

O arcebispo de Canterbury e primaz da Igreja Anglicana, Rowan Williams, admitiu neste domingo que a crise da ordenação de clérigos homossexuais causou graves "fraturas" dentro da instituição eclesiástica.

Rowan se referiu à expulsão temporária das igrejas dos Estados Unidos e do Canadá do influente Conselho Consultivo Anglicano devido a sua tolerância em relação aos homossexuais.

Trinta bispos e arcebispos anglicanos de todo o mundo adotaram a decisão na semana passada, durante o sínodo realizado a portas fechadas em Newry, sul do Ulster, para que as duas igrejas envolvidas tenham tempo de reconsiderar sua opinião. Em declarações à BBC, o arcebispo de Canterbury diss

e que a atitude das duas igrejas expulsas contribui para "fraturar" a comunidade anglicana.

O arcebispo de Canterbury tenta, a todo custo, solucionar o problema e garantir a unidade dos 78 milhões de fiéis que professam o anglicanismo em 164 países.

No entanto, a tarefa não é fácil por causa das inflamadas posições mantidas pelos setores conservador e liberal sobre a questão da ordenação de pastores ou bispos homossexuais.

Os presentes em Newry discutiram o chamado "Relatório Windsor", que recomenda, em geral, várias medidas para garantir a unidade das 38 igrejas autônomas que formam a confissão anglicana no mundo todo.

Em particular, o documento se refere à polêmica decisão da Igreja Episcopal dos Estados Unidos de consagrar como bispo da diocese de New Hampshire, em 2003, Gene Robinson, um homossexual que vive com seu namorado há mais de 13 anos.

Essa nomeação despertou a ira dos conservadores mais radicais do anglicanismo, que ameaçaram provocar uma ruptura na hierarquia dessa confissão.