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Cidades/Geral
Quarta - 27 de Novembro de 2013 às 06:58
Por: THAISA PIMPÃO E KAMILA ARRUDA

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A inclusão do juiz federal Julier Sebastião da Silva no inquérito da Polícia Federal que investiga crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro foi vista como uma espécie de “ataque político” pela defesa do magistrado. 

O advogado Fernando Henrique Ferreira Nogueira, que representa Julier, emitiu nota justificando o mandado de busca e apreensão realizado na casa e no gabinete do juiz na segunda-feira (25). 

Segundo o comunicado, “trata-se de uma ação visivelmente engendrada com o objetivo de se tentar denegrir a imagem pública do magistrado”. A defesa alega não haver fundamentos ou elementos mínimos nos autos que possam explicar a ação da PF. O pedido sobre o mandado teria sido negado por três vezes pelo Tribunal Regional Federal (TRF) ante de ser emitido. 

Ainda sustenta que “a tentativa de se ‘arranhar’ a imagem do magistrado pode atender a interesses de grupos políticos”. Julier estabeleceu intensos diálogos com legendas partidárias que o assediam para concorrer ao governo ou Senado na eleição de 2014. 

Para Fernando Nogueira, não há dúvidas de que a ausência de quaisquer ligações do magistrado com o esquema ilegal será comprovada ao longo do processo judicial. 

O presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Giancarlo Castrillon, também reafirma não ter ligação com o juiz federal e garante que a quantia em dinheiro apreendida em sua casa se tratava de economias feitas ao longo do ano. 

De acordo com ele, parte do dinheiro é referente à venda de um de seus veículos e outra a economias pessoais. “Não tenho nada para esconder, tanto que o dinheiro estava na minha casa”, pontua. 

Em todas as sete buscas realizadas, a PF apreendeu um total de R$ 230 mil, valor cuja maior parte estaria na casa de Castrillon. 

Outro ponto curioso diz respeito a um dos veículos do presidente do Detran. Isso porque na casa de Julier teria sido apreendida uma Pajero que pertenceria ao pecuarista e empresário Osvaldo Alves Cabral. Já o carro vendido ao qual Castrillon se refere é do mesmo modelo. Conforme ele, a venda ocorreu em abril deste ano, mas a transferência de propriedade ainda não foi feita. 

“A minha é uma Pajero Full preta. A que foi apreendida com ele foi uma prata, blindada, esporte. São modelos diferentes”, se defende. 

OAB - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Maurício Aude, pediu que o Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da entidade obtenha cópias do inquérito. O objetivo é apurar a suposta participação de advogados e de Julier no esquema. 

Conforme Aude, a OAB acompanhará de perto o andamento das investigações e adotará medidas necessárias junto aos órgãos correicionais e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), caso fique comprovada a participação do juiz nos crimes denunciados. 





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