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"Começar de Novo" ainda não decolou
Fora dos trilhos desde a estréia, em agosto do ano passado, a novela das 19h da Globo, Começar de Novo, faz jus ao próprio nome e parece aprisionada na teoria do filósofo Freidrich Nietzche, batizada de "O Eterno Retorno" ¿ que, sucintamente, argumenta que "se o tempo é infinito e a matéria é finita, tudo está condenado a se repetir".
A última cartada dos autores Antônio Calmon e Elizabeth Jhin foi tirar do elenco ¿ segundo eles, temporariamente ¿ uma série de personagens. A justificativa, em todos os casos, foi a de que teriam perdido sua "função na trama".
O problema é que a história já sofreu tantas modificações que é difícil até imaginar que função terão daqui para frente vários personagens e histórias. O caso mais flagrante diz respeito ao par romântico central.
Depois de os telespectadores rejeitarem o perfil vingativo de Miguel Arcanjo, interpretado por Marcos Paulo, ele e Letícia, vivida por Natália do Valle, acabaram subindo mais cedo ao altar. A novela só termina em abril. Mas é claro que até lá os mocinhos maduros vão enfrentar ainda alguns vaivéns. E os autores trataram de assegurar o primeiro problema ainda durante a cerimônia de casamento, colocando Miguel como suspeito da tentativa de assassinato contra Anselmo, papel de Werner Schünemann, graças a uma armação da vilã Lucrécia, interpretada por Eva Wilma.
A pendenga deve garantir pelo menos alguns capítulos de suspense, ainda mais depois de Pedro, personagem de Vladimir Brichta, resolver assumir a "culpa" no lugar do pai. Mesmo que não falte assunto, no entanto, é uma pena que os autores não consigam assegurar a permanência em cena de bons atores que, ainda por cima, não sofreram qualquer tipo de rejeição específica por parte do público.
Os casos de Cássia Linhares e Eduardo Galvão são bem característicos da falta de controle sobre a história. No começo da novela, Maria formava uma espécie de "casal perfeito" com Pedro. Mas, graças às reviravoltas nos pares românticos da trama, acabou num inusitado relacionamento com Anselmo ¿ que, não é de se estranhar, não emplacou. Assim, a personagem perdeu realmente o rumo, até porque as tão anunciadas cenas na plataforma de petróleo, que mostravam seu dia-a-dia profissional ao lado de Pedro, renderam pano para a manga só bem no começo da novela.
O mesmo "azar" teve Artur Rios, papel de Eduardo Galvão. O metalingüístico seriado Eu Amo Rita naufragou em pouco tempo, mas o personagem ainda ensaiou um "salto definitivo" para a realidade, no estilo A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen, ao concretizar os sonhos românticos de Carmem, vivida por Paloma Duarte. Só que, descoberto o fato de que o início do romance foi fruto de uma armação de Miguel, Carmem se revoltou e Eduardo acabou sendo mandado de volta para casa.
Ainda são sentidas na trama as ausências dos excelentes Betty Gofman e Guilherme Piva. Tudo porque autor e diretor exageraram no tom ao construir o núcleo dos supostos ETs, que enveredaram por um caminho sem volta. Quando se decidiu que as fantasias em torno dos extraterrestres seriam drasticamente amenizadas, não havia mais como transformar os Estrela em personagens "normais". Salvou-se apenas Márcia Anita, vivida por Luma Costa, que ficava meio de fora das sandices dos pais.
Enquanto dão um "sumiço" a estes personagens e mais ao delegado Moacir, de Gustavo Mello, Calmon e Elizabeth enchem a história de personagens ocasionais, que, em termos de "função na trama", também não são lá estas coisas... Já passaram pela novela, entre outros, Virgínia Cavendish e Cristina Pereira, e a novidade agora é Lúcia Alves, que vai viver a surtada mãe de Júlia e Carlos, interpretados por Gisele Itié e Erik Marmo. Mas a grande decepção é a dondoca falida Gigi, a quem Carolina Ferraz até confere certa graça e simpatia. Depois de atrapalhar ¿ bem de leve ¿ o romance do casal central, a sensação é de que a moça não tem mais muita coisa a fazer por ali. Sinal de que nem todos os personagens que perdem a "função na trama" ganham cartão vermelho dos autores.
A última cartada dos autores Antônio Calmon e Elizabeth Jhin foi tirar do elenco ¿ segundo eles, temporariamente ¿ uma série de personagens. A justificativa, em todos os casos, foi a de que teriam perdido sua "função na trama".
O problema é que a história já sofreu tantas modificações que é difícil até imaginar que função terão daqui para frente vários personagens e histórias. O caso mais flagrante diz respeito ao par romântico central.
Depois de os telespectadores rejeitarem o perfil vingativo de Miguel Arcanjo, interpretado por Marcos Paulo, ele e Letícia, vivida por Natália do Valle, acabaram subindo mais cedo ao altar. A novela só termina em abril. Mas é claro que até lá os mocinhos maduros vão enfrentar ainda alguns vaivéns. E os autores trataram de assegurar o primeiro problema ainda durante a cerimônia de casamento, colocando Miguel como suspeito da tentativa de assassinato contra Anselmo, papel de Werner Schünemann, graças a uma armação da vilã Lucrécia, interpretada por Eva Wilma.
A pendenga deve garantir pelo menos alguns capítulos de suspense, ainda mais depois de Pedro, personagem de Vladimir Brichta, resolver assumir a "culpa" no lugar do pai. Mesmo que não falte assunto, no entanto, é uma pena que os autores não consigam assegurar a permanência em cena de bons atores que, ainda por cima, não sofreram qualquer tipo de rejeição específica por parte do público.
Os casos de Cássia Linhares e Eduardo Galvão são bem característicos da falta de controle sobre a história. No começo da novela, Maria formava uma espécie de "casal perfeito" com Pedro. Mas, graças às reviravoltas nos pares românticos da trama, acabou num inusitado relacionamento com Anselmo ¿ que, não é de se estranhar, não emplacou. Assim, a personagem perdeu realmente o rumo, até porque as tão anunciadas cenas na plataforma de petróleo, que mostravam seu dia-a-dia profissional ao lado de Pedro, renderam pano para a manga só bem no começo da novela.
O mesmo "azar" teve Artur Rios, papel de Eduardo Galvão. O metalingüístico seriado Eu Amo Rita naufragou em pouco tempo, mas o personagem ainda ensaiou um "salto definitivo" para a realidade, no estilo A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen, ao concretizar os sonhos românticos de Carmem, vivida por Paloma Duarte. Só que, descoberto o fato de que o início do romance foi fruto de uma armação de Miguel, Carmem se revoltou e Eduardo acabou sendo mandado de volta para casa.
Ainda são sentidas na trama as ausências dos excelentes Betty Gofman e Guilherme Piva. Tudo porque autor e diretor exageraram no tom ao construir o núcleo dos supostos ETs, que enveredaram por um caminho sem volta. Quando se decidiu que as fantasias em torno dos extraterrestres seriam drasticamente amenizadas, não havia mais como transformar os Estrela em personagens "normais". Salvou-se apenas Márcia Anita, vivida por Luma Costa, que ficava meio de fora das sandices dos pais.
Enquanto dão um "sumiço" a estes personagens e mais ao delegado Moacir, de Gustavo Mello, Calmon e Elizabeth enchem a história de personagens ocasionais, que, em termos de "função na trama", também não são lá estas coisas... Já passaram pela novela, entre outros, Virgínia Cavendish e Cristina Pereira, e a novidade agora é Lúcia Alves, que vai viver a surtada mãe de Júlia e Carlos, interpretados por Gisele Itié e Erik Marmo. Mas a grande decepção é a dondoca falida Gigi, a quem Carolina Ferraz até confere certa graça e simpatia. Depois de atrapalhar ¿ bem de leve ¿ o romance do casal central, a sensação é de que a moça não tem mais muita coisa a fazer por ali. Sinal de que nem todos os personagens que perdem a "função na trama" ganham cartão vermelho dos autores.
Fonte:
TV Press
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/356755/visualizar/
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