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Internacional
Domingo - 27 de Fevereiro de 2005 às 10:40
Por: Pedro Alonso

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Sob a sombra do atentado suicida perpetrado na sexta-feira em Tel Aviv, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, recebe na próxima terça-feira em Londres uma conferência para ajudar a reforma da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

A cúpula, à qual comparecerão 30 delegações nacionais e institucionais, tem como maior objetivo ajudar no fortalecimento das instituições da ANP, segundo o Foreign Office (a chancelaria).

Blair presidirá uma reunião na qual o presidente da ANP, Mahmoud Abbas (Abu Mazen), exporá um plano de reforma baseado em três pilares: instituições democráticas de governo, aparelho de segurança mais efetivo e programa de desenvolvimento econômico.

O fórum também estudará a convocação de uma cúpula de doadores que respalde a ANP para ter infra-estrutura própria de um Estado, tendo em vista a retirada em breve de Israel de Gaza e parte da Cisjordânia.

Definitivamente, a reunião quer que os palestinos se tornem "verdadeiros sócios da paz", segundo disse Blair em dezembro ao anunciar em Jerusalém a realização da conferência depois de se reunir com seu homólogo israelense, Ariel Sharon.

O primeiro-ministro israelense manifestou seu apoio ao fórum, mas não enviará nenhuma delegação a Londres, já que a conferência se centra em questões especificamente palestinas.

A idéia da reunião surgiu no encontro que Blair teve em novembro passado com o presidente dos EUA, George W. Bush, depois da reeleição deste.

O chefe do governo britânico também consultou o Quarteto de Madri, formado por EUA, União Européia (UE), Rússia e ONU e impulsor do "Mapa de Caminho", o plano de paz que prevê a criação de um Estado palestino.

Na terça-feira, estarão em Londres a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice; o chefe da diplomacia da UE, Javier Solana; o secretário-geral da ONU, Kofi Annan; e o ministro de Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.

O ministro de Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, irá à reunião na qualidade de ex-representante da UE para o Oriente Médio" e porque os palestinos pediram que ele fosse convidado, afirmou hoje à EFE um porta-voz do Foreign Office.

Está confirmada a presença de G8 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia), China, Argélia, Liga Árabe, Noruega, Banco Mundial (BM), Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros.

O fórum acontecerá sob a sombra do atentado suicida cometido na sexta-feira passada em frente a uma discoteca em Tel Aviv, que deixou quatro mortos e mais de 40 feridos e pelo qual se responsabilizou a organização palestina Jihad Islâmica.

Esse atentado é o primeiro ocorrido em Israel desde 11 de novembro e colocou em perigo a trégua decretada em 8 de fevereiro por Sharon e Abbas na cúpula de Sharm el-Sheikh (Egito).

O primeiro-ministro israelense ameaçou hoje interromper as negociações de paz se a ANP não adotar medidas rigorosas contra os grupos terroristas.

Em resposta à exigência de Sharon, Abbas deu hoje um ultimato aos chefes das forças de segurança da ANP para que prendam os cúmplices do suicida da Jihad Islâmica que se matou na sexta-feira em Tel Aviv.

O atentado foi condenado pelo ministro de Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, que destacou que a conferência de Londres contribuirá para apoiar a estratégia palestina para garantir medidas efetivas contra os terroristas.





Fonte: EFE

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