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Internacional
Domingo - 27 de Fevereiro de 2005 às 07:34

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O Vaticano anunciou que o Papa João Paulo 2º não vai celebrar a tradicional bênção de domingo, o Angelus, pela primeira vez em 26 anos.

Um assistente, o arcebispo Leonardo Sandri, vai ler a mensagem e abençoar os fiéis que comparecerem à Praça de São Pedro neste domingo, no Vaticano, em nome do pontífice.

O Papa João Paulo II, segundo o Vaticano, vai acompanhar a cerimônia de seu quarto no Hospital Gemelli, em Roma.

O pontífice, de 84 anos, voltou a ser internado na última quinta-feira, com sintomas de gripe, e foi submetido a uma traqueostomia para desobstruir as vias respiratórias. Por isso, está impedido de falar.

O papa sempre manteve a tradição de comparecer a bênção de domingo, mesmo quando não estava em condições de realizar toda a cerimônia.

João Paulo II não deixou sequer de celebrar o Angelus após sofrer uma tentativa de assassinato em 1981 ou após passar por uma cirurgia para tirar um tumor no intestino em 1992.

Sem infecção

O Vaticano divulgou um boletim médico afirmando que a respiração do papa João Paulo 2º melhorou na sexta-feira e que ele não sofre de infecção nos brônquios.

"Ele está respirando sozinho e suas condições cardiocirculatórias continuam boas", declarou o porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls.

Dada a natureza da operação – um buraco foi aberto em sua traquéia e um tubo foi colocado para levar oxigênio direto aos pulmões –, João Paulo 2º estará impedindo de falar por algum tempo, disse Navarro-Valls.

O próximo boletim médico só deve ser divulgado na segunda-feira.

Bilhetes

Ele já está se comunicando com os assessores e médicos por escrito. De acordo com o porta-voz, após a cirurgia ele escreveu para os assessores, ironizando sobre a perda da voz, "o que vocês fizeram comigo?".

Outro recado redigido pelo pontífice dizia: "Sou para sempre totus tuus ('todo seu', em latim)", em uma referência à sua devoção à Virgem Maria.

Navarro-Valls, disse que a traqueostomia, geralmente realizada sob anestesia geral, foi concluída "de forma positiva" e durou 30 minutos.

A operação consiste na abertura de um orifício na garganta para permitir a entrada de ar nos pulmões e a saída de secreções.

Especialistas dizem que o procedimento é rotineiro, mas vai fazer com que o pontífice tenha mais dificuldades para falar.

Saúde frágil

Eles também disseram que uma pessoa idosa e com a saúde frágil, como o papa, pode estar sob risco de desenvolver uma infecção pós-operatória.

Segundo o Vaticano, a cirurgia teria sido autorizada pelo papa, que foi internado na última quinta-feira com uma recaída de gripe, menos de duas semanas depois de ter deixado o hospital.

O pontífice, de 84 anos, já havia sido internado após apresentar sintomas de gripe em 1º de fevereiro, e permaneceu na clínica por dez dias.

Na ocasião ele sofria de uma inflamação aguda na laringe e na traquéia.





Fonte: BBC Brasil

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