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Cidades/Geral
Segunda - 19 de Novembro de 2012 às 15:48
Por: Pollyana Araújo

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A mãe de Jassan Thiago Jorge, que está desaparecido há mais de dois meses, Dirce Rosa, afirmou que antes de sumir o filho vinha recebendo ameaças e sentia medo. Por causa disso, disse que queria se mudar para outra cidade, mas pediu que ela fosse com ele. O jovem de 33 anos é uma das testemunhas de acusação contra o pai, Silas Caetano de Farias, de 72 anos. O idoso será  julgado no próximo dia 30, no Tribunal do Júri, em Cuiabá, pela morte do próprio filho, Marcelo Dias dos Santos.

"Na última vez que sentou para conversar comigo ele (Jassan) disse: mãe vamos embora, tem tantas cidades boas para a gente morar. Mas eu falei que não podia ir  porque vou me aposentar do serviço público no ano que vem e, por isso, não posso sair de Cuiabá. Eu falei que se ele estava sendo ameaçado deveria abrir a boca, mas ele disse "abrir a boca para que? Para morrer?"", contou a mãe ao G1. No entanto, ela disse desconhecer o teor das ameaças, bem como o autor das ameaças.

A mãe explicou que essa é a terceira vez que o rapaz desaparece pouco tempo antes de depor nas audiências em que testemunharia contra o pai, já que é o único dos quatro filhos do empresário que sobreviveu após sofrer atentado. Ela disse estar aflita porque não encontrou nada que possa identificar se o filho está vivo ou morto. O rapaz está desaparecido desde o dia 11 de setembro deste ano.

"Na primeira vez ele me ligou de Chapada dos Guimarães. Disse que um casal o colocou em um carro e queria jogá-lo no Portão do Inferno", contou. Segundo ela, na segunda vez, o jovem foi levado para a Bahia, onde teria sido ameaçado. "Chegaram a colocar uma coleira nele. Ele falou que não podia contar quem eram as pessoas porque se não iram cortar a língua dele", frisou. No entanto, a mãe diz estar desesperada porque das outras vezes ele apareceu rápido e agora já tem dois meses que não tem notícia do filho. "Ele foi sem roupa, sem dinheiro, sem nada".

A servidora pública supõe que o filho estivesse sendo muito pressionado, o que teria lhe causado transtornos mentais, inclusive. "Quando o pai foi preso ele foi visitá-lo na cadeia e desde então mudou o comportamento", afirmou. Antes da prisão do pai, em março do ano passado, de acordo com ela, o filho havia recebido uma ligação dizendo que ele iria ser morto.

O empresário foi preso depois de chamar a polícia denunciando que o filho havia invadido uma chácara dele, no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. "Lá na Delegacia a polícia viu que havia um mandado de prisão em aberto contra ele [ Silas] desde 2009", contou Dirce. O acusado ficou cinco meses preso na Penitenciária Central do Estado, antigo presídio do Pascoal Ramos, na capital,

Jassan morava em Goiânia e se mudou para Cuiabá há quatro anos. Em março de 2009, ele sofreu um atentado. Levou sete tiros e sobreviveu. O acusado de encomendar o crime também é o pai dele. O primeiro crime ocorreu em 2004, quando Marcelo Dias dos Santos foi morto. Consta no processo que o empresário o culpava por envolvimento em um assalto que teria sofrido.

Segundo Dirce, o filho não tinha muita intimidade com o pai, mas que o adorava. "Ele tinha contato com o pai, já viajaram juntos, mas nunca pedi pensão porque sempre trabalhei. Meu filho sempre gostou dele, tanto que o visitou na prisão", pontuou. 

No ano seguinte, o irmão dele, Jorge Luiz Pufal Salomão, foi encontrado morto próximo à Ponte de Ferro, em Cuiabá. A segunda vítima teria adiantado a algumas pessoas próximas que se algo de ruim lhe acontecesse o responsável seria o pai. Considerado testemunha principal dos homicídios, o outro filho, Érico Puffal de Farias, foi morto em 2006, supostamente como "queima de arquivo".

O desaparecimento está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O delegado Silas Caldeira, responsável pelo caso, informou que ainda não tem provas de que Jassan teria sofrido um atentado. No entanto, o delegado avalia que o empresário se torna suspeito, uma vez que o filho iria testemunhar contra ele no júri e é considerado a principal testemunha do caso.





Fonte: Do G1 MT

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