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Esportes
Sábado - 26 de Fevereiro de 2005 às 12:37
Por: Allen Chahad Eduardo Aguilar

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A maior transação da história do futebol brasileiro foi a do argentino Tevez, contratado no fim de 2004 pelo Corinthians por cerca de US$ 20 milhões. Mas a presença do craque argentino, um caso isolado, não deve mascarar a realidade da presença dos jogadores estrangeiros nos gramados nacionais. Enquanto exporta atletas de ponta, o País importa uma maioria de segundo escalão.

Kaká, Diego, Vágner Love, Júlio Baptista, Ricardo Oliveira, Luís Fabiano e Júlio César são apenas alguns dos muitos craques brasileiros transferidos recentemente para a Europa. Por outro lado, os estrangeiros que desfilam nos campos nacionais são Róndon, Tapia, Henao, Baloy, Marín, Gimenez, Prieto, Tavarelli.

"O futebol brasileiro é exigente. Como o País exporta tantos craques, o jogador que chega aqui tem uma responsabilidade grande de convencer. Se a passagem for rápida é porque não correspondeu às expectativas", disse o colombiano Rincón, outro raro exemplo de estrangeiro que fez sucesso no Brasil.

O contraste na "balança comercial" é prejudicial à qualidade do esporte no País. A saída cada vez mais precoce dos talentos brasileiros para o mercado estrangeiro faz os clubes buscarem uma compensação com as importações, na grande maioria dos casos de outros sul-americanos. Mas as passagens curtas e muitas vezes desastrosas destes gringos mostram que o nível é, no mínimo, duvidoso.

"É necessária uma reorganização do futebol brasileiro. Acho que a maneira como está não permite que os clubes tenham verba para fazer grandes contratações. Além da parte financeira, o atrativo para um estrangeiro estar no Brasil é saber que você vai estar no melhor futebol tecnicamente jogado em todo o mundo. Isso motiva muito o jogador", lembrou Rincón, que defendeu Palmeiras, Santos e Corinthians.

De passagem

O atacante venezuelano Rondón, por exemplo, nos cinco meses que ficou no São Paulo durante o ano passado, não conseguiu jogar sequer uma partida completa ¿ entrou em campo em 11 vezes e não fez nenhum gol. O contrato dele iria até julho de 2005, mas o clube paulista preferiu pagar a rescisão contratual (US$ 20 mil) para dispensá-lo. De volta ao seu país, ele defende agora o Deportivo Táchira.

Os goleiros Taverelli e Tapia, paraguaio e chileno, respectivamente, também tiveram passagens meteóricas pelo Brasil. O primeiro chegou ao Grêmio em janeiro de 2004 e foi dispensado antes mesmo do término de seu contrato e da disputa do Campeonato Brasileiro. O segundo, que não teve boas atuações pelo Santos, foi embora após ver do banco a conquista do Campeonato Brasileiro.

Já o panamenho Baloy continua no futebol brasileiro, defendendo o Atlético-PR. Mas ele também teve uma experiência não muito longa com a camisa do Grêmio. Contratado ao Independiente de Medellín, da Colômbia, o zagueiro tanto não agradou que foi liberado ao término do contrato.

Novas apostas

O Santos resolveu agora apostar em outro estrangeiro para o gol e contratou o colombiano Henao, campeão da Copa Libertadores do ano passado pelo Once Caldas. Mas o jogador, de 33 anos, faz mais sucesso por seguir a escola do fanfarrão Higuita do que por suas defesas. Por enquanto, ele reveza a vaga de titular com Mauro.

Além de Baloy, o Atlético-PR conta ainda com o lateral-esquerdo colombiano Marín. Conhecido mais por sua semelhança física com o brasileiro Roberto Carlos do que pelo seu futebol, ele já mostrou seu cartão de visita logo na estréia. Ex-Jorge Wilstermann, ele foi expulso contra o Independiente de Medellín pela primeira rodada da Libertadores 2005.

Outro clube que aposta duplamente nos gringos é o Atlético-MG, que contratou o argentino Pietro e o paraguaio Gimenez. O primeiro estava jogando pelo Belgrano, equipe da segunda divisão. Já o segundo, que era do Club Guarani, foi bem claro logo em sua apresentação ao dizer que está só de passagem pelo País. "Meu principal objetivo é ganhar títulos para despontar para o futebol europeu, que é o sonho de todo jogador sul-americano."

O futuro

O próxima "mercadoria" de luxo a ser exportada pelo futebol brasileiro deve ser o atacante santista Robinho. O jogador interessa a vários grandes clubes europeus, mas o favorito para contar com o jovem a partir de julho é o Real Madrid.

Enquanto isso, o Flamengo, um dos mais tradicionais clubes brasileiros negocia com um estrangeiro: o desconhecido meia chileno Valdivia, atualmente no Colo-Colo, que estava emprestado ao Servette, da Suíça, que decretou falência.





Fonte: Terra

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