Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 26 de Fevereiro de 2005 às 07:33

    Imprimir


O Brasil suspendeu a licitação para a compra de doze caças, processo no qual o russo Sujói-35 era tido como favorito, mas, em Moscou, espera-se que o Ministério da Defesa brasileiro ao menos alugue esses aviões da Rússia, afirma o jornal digital Gazeta.ru neste sábado.

Segundo o jornal, o governo do Brasil cancelou o concurso, no qual o Sujói-35 russo competia com o Mirage-2000 francês, o Gripen sueco-britânico e o F-16 americano, com o argumento de que esses modelos seriam antiquados dentro de poucos anos.

A casa Sujói negou-se a comentar a notícia, mas um porta-voz da companhia estatal russa para a venda de armas, Rosoboronexport, pôs em dúvida essa explicação oficial e disse que a verdadeira razão da decisão do Brasil é de índole política interna.

O porta-voz mencionou a delicada situação no Brasil devido às acusações vertidas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por supostamente ter ocultado denúncias sobre corrupção do governo anterior, além do recente corte no orçamento fiscal do país para reduzir a despesa pública.

"Seria estranho prolongar por tantos anos a licitação e esperar que os modelos continuem sendo de última tecnologia. Isso também não é um problema, pois os aviões podem ser modernizados, desde que o cliente tenha desejo e dinheiro para fazer isso", disse a fonte sobre a explicação oficial.

A licitação para a aquisição dos doze caças foi convocada em 2001, com um preço estimado em 750 milhões de dólares e a perspectiva de posterior compra de outros cinqüenta aviões, o que elevaria o montante do contrato a 3 bilhões de dólares.

Nestes anos, todos os consórcios rivais e seus respectivos governos fizeram à parte brasileira atrativas propostas de cooperação conjunta e investimentos para reforçar suas possibilidades de ganhar o concurso.

A Rússia, segundo a Gazeta.ru, no caso de que o Brasil optasse pelos Sujói-35, propunha comprar 30 aviões regionais para sua companhia de aviação Aeroflot ao consórcio aeronáutico brasileiro Embraer, que formalmente compete em uma licitação com a canadense Bombardie, a ucraniana Antónov e várias firmas russas.

Ao mesmo tempo, em Rosoboronexport não deixaram despercebida a declaração adicional de que a Força Aérea do Brasil procura "vias alternativas" para resolver esse assunto, ou seja, não renuncia a seu propósito de renovar seu parque de aviões de combate.

Segundo fontes dessa companhia estatal russa, a legislação brasileira permite adquirir armamento sem fazer concursos, por isso é provável que o Brasil em breve inicie negociações diretas com algum dos rivais da licitação suspensa para alugar os doze caças requeridos.

Se for assim, a Rosoboronexport acredita que o Brasil seguirá apostando pelo S-35 russo, como favorito da comissão de avaliação de seu Ministério da Defesa, e está disposto a entregá-lhe imediatamente quatro aviões e montar os oito aparelhos restantes em breve.

Em todo caso, "os elogios e a valorização desse avião de combate por parte dos militares brasileiros servirão de publicidade para o Sujói-35 quando a Rosoboronexport o propuser em alguma outra licitação internacional", assinalou o porta-voz da companhia russa.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/357142/visualizar/