Famílias chefiadas por mulheres crescem 30%

O número de famílias brasileiras chefiadas por mulheres cresceu quase 30% entre 1993 e 2003, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje. Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais 2004, feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para 2003, os casos de famílias com mulheres como a pessoa responsável passaram de 22,3% para 28,8% entre 1993 e 2003. No país, a Região Sul foi a que registrou o maior crescimento de mulheres chefes de família, de mais de 40% entre 1993 e 2003.

Para o IBGE, o aumento da responsabilidade feminina nas famílias está relacionado com o crescimento da importância socioeconômica do papel da mulher e como ela se insere no contexto familiar. O instituto considera que a indicação de uma pessoa como responsável ou de referência na família é feita com base na autoridade moral ou financeira.

Junto ao aumento da liderança feminina no núcleo familiar, a pesquisa também mostrou que as mulheres já possuem uma média de anos de estudos superior à dos homens (7 ante 6,8 em 2003). Os pesquisadores consideram que isso vem ocorrendo devido ao abandono e defasagem escolar registrada entre os meninos, decorrente do ingresso deles mais cedo no mercado de trabalho.

Esse aumento na escolaridade entre elas também seria decorrente de transformações socioeconômicas, afirmou a pesquisa, como entrada no mercado de trabalho da mulher, responsabilidade pela família, maior contribuição na renda familiar, entre outros aspectos. Mas todo esse avanço na área educacional em relação aos homens ainda não se estende ao bolso das mulheres brasileiras. Elas recebem menos que eles em todos os níveis de escolaridade, confirmou a pesquisa.

Na faixa de 11 anos ou mais de estudo, as mulheres ganham 58,6% do rendimento dos homens com o mesmo nível de escolaridade.