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Economia
Terça - 22 de Fevereiro de 2005 às 17:24
Por: JONAS DA SILVA

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O investimento na infra-estrutura em Mato Grosso é irrisório, diante da economia revertida pelo transporte de produtos agrícolas e demais cargas para o mercado exterior pela rodovia federal BR-163, em uma das opções de escoamento da produção. A avaliação é do secretário de Desenvolvimento Rural, Otaviano Pivetta, que demonstra ainda com dados a vantagem de se ter adequadamente para uso dois dos mais importantes eixos logísticos de Mato Grosso: a BR-163 e a Hidrovia Paraguai-Paraná.

Pivetta informa que pelo caminho ao Norte do Brasil, no eixo da BR-163, o custo por tonelada é de US$ 30,00 e em direção à região Sul, para carregamento no porto paranaense, o valor da tonelada transportada é cotado a US$ 60,00. “Em um ano pagaria o custo da estrada. Pois a economia para se transportar 6 milhões de toneladas seria de US$ 180 milhões”, reforça. “Qualquer escândalo que se ouve na República são milhões. Vai uma BR-163”, compara.

“O investimento na BR-163 é o valor do benefício que ela retorna. A nossa produção de soja na área da rodovia é de cerca de 6 milhões de toneladas. Se a gente calcular o custo pela BR-163, até Miritituba, no Pará, comparado pelo Porto de Paranaguá, são 30 dólares a menos de diferença”, calcula. O secretário afirma que atualmente para se transportar grãos do Norte de Mato Grosso para mercados externos, o custo pela tonelada de soja, por exemplo, é o dobro quando o caminho é totalmente rodoviário até ao porto de Paranaguá (PR), do que pela BR-163, até ao Pará. Uma das opções da rodovia federal é a intermodalidade por hidrovia no Estado do Amazonas, até atingir o litoral maranhense, no porto de Itaqui, com conexões para a Europa e mercado asiático, via Canal do Panamá.

Otaviano Pivetta indica o componente político como empecilho para não deslanchar os investimentos na rodovia e na hidrovia, eixos viários para dar condições de competitividade aos produtos primários dos Estados do Centro-Oeste. “Precisa vontade política. Precisamos superar todos os preconceitos e a ideologia tem que dar lugar ao trabalho e ao desenvolvimento. O problema brasileiro é ocupar o tempo. O governo é um jegue, que fica tateando, devagar”, analisa.

HIDROVIA – Além de defender a necessidade urgente de investimento para se ter a utilização adequada da BR-163, o secretário de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, também aponta a economia proporcionada pelo uso da Hidrovia Paraguai-Paraná, que foi utilizada de forma intensa comercialmente durante o século XIX e início do século XX, a ponto de transformar Corumbá (MS), como um dos portos mais movimentados da América.

Segundo contas do secretário, para se transportar uma mesma quantidade de carga pelo modal hidroviário, se gasta menos de um por cento de energia. “Um comboio de barcaças pela hidrovia, de 32 mil toneladas, necessita de dois motores de mil HP de energia. Pela rodovia, isso equivale a 360 caminhões de mil motores, ou 360 mil HP de energia”, destaca.

“Com a hidrovia é menos de um por cento da energia necessária, sem contar a redução da poluição, porque com a rodovia há queima de combustível e a emissão de gás carbônico (CO2). Precisamos na hidrovia de 1% da energia para transportar as 32 mil toneladas escoadas pela rodovia”, defende de modo veemente.

A Justiça Federal de Mato Grosso suspendeu, no ano passado, a instalação de novos portos, ou a ampliação dos já existentes, obras de acesso aos terminais e aumento dos comboios ao longo da Hidrovia Paraguai-Paraná.

INVESTIMENTO NA BR-163 – Para cerca de 750 Km entre Guarantã do Norte, no extremo Norte de Mato Grosso, à cidade de Miritituba (PA), região sem pavimentação da BR-163, o investimento estimado é de US$ 175 milhões. Um consórcio privado já demonstrou interesse em pavimentar o trecho da BR-163.

A aplicação de recursos depende de licitação do governo federal e de encaminhamentos do Grupo de Trabalho Institucional (GTI), que inclui ministérios como dos Transportes, Meio Ambiente, Integração Nacional, Casa Civil, entre outros. A previsão é que o governo federal lance o edital para a pavimentação da BR-163 ainda neste semestre, segundo o Ministério da Integração Nacional.

O GTI e os ministérios fizeram, durante o ano passado, audiências públicas em Mato Grosso e no Pará para recolher informações para um programa de investimentos públicos e privados no entorno da rodovia para favorecer o desenvolvimento sustentável de pequenos produtores e das comunidades envolvidas na área de influência da BR-163.





Fonte: Secom - MT

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