Parceria permitirá a abertura de poços artesianos

A perfuração dos poços artesianos na Baixada será realizada por meio de uma parceria entre a Seder e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), e posteriormente, com as Prefeituras. A secretaria será responsável pela otimização para a perfuração nas áreas indígenas e proporcionar produtividade na estrutura operacional para os servidores da fundação, além da entubamento e encamisamento dos poços, enquanto que a Funasa cederá, em parceria, as máquinas para a abertura dos poços, priorizando e concentrando os trabalhos na Baixada Cuiabana. As Prefeituras serão responsáveis pela estrutura operacional, como alimentação dos funcionários.

A Funasa possui duas máquinas perfuratriz, para abertura dos poços, e funcionário capacitados para lidar com os trabalhos. Atualmente, a entidade está atuando em diversas frentes de trabalho de perfuração de poços artesianos na região Norte de do Estado.

A partir da formalização da parceria, que deve ser realizada nesta quarta-feira (23.02), em uma reunião, em Brasília, entre o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Otaviano Pivetta, e o presidente da Funasa, Valdi Camárcio Bezerra, com estabelecimento de ações será estabelecido para dar início à perfuração dos poços artesianos.

"Devemos atentar para o interesse imediato da população em resolver a questão essencial da Baixada com a falta de água, fator que prejudica substancialmente a fonte de renda dos pequenos produtores, que é a agricultura familiar", ressaltou Pivetta.

A redução das diferenças regionais passa na Baixada Cuiabana pelo foco em ações de estruturação da agricultura familiar, dentre elas a formação de "cinturões verdes", estimulando a produção de hortifrutigranjeiros nos Municípios e ainda, a piscicultura, com formação de mão-de-obra no setor para a produção de alevinos com captação de água de chuvas.

PISCICULTURA – O secretário Otaviano Pivetta falou sobre a possibilidade de uma parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso para a formação de piscicultores na Fazenda São João, às margens da BR-163, no Município de Várzea Grande (a fazenda era propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo), área que a Justiça Federal cedeu para que a universidade transforme em centro de pesquisa para a piscicultura.

Verduras, legumes, hortaliças e aves, hoje produzidas na Baixada Cuiabana, em algumas propriedades em larga escala, não chegam totalmente ao mercado consumidor, em parte pelos elevados custos de produção do pequeno agricultor. Para agregar valor e qualidade aos produtos, a Seder irá implantar dois centros de comercialização, um em Cuiabá e outro em Várzea Grande, nos moldes de um Ceasa.

A intenção é que o pequeno agricultor possa comercializar seus produtos com os supermercados com preços e condições mais acessíveis, proporcionando ganhos também ao consumidor que adquire produtos mais baratos que aqueles oriundos dos grandes centros. Estima-se que o consumidor mato-grossense, em especial o cuiabano, pague 35% a mais por produtos vindos de Estados como São Paulo, Paraná e Goiás.

Uma oficina que está sendo realizada em Chapada dos Guimarães nesta terça e quarta-feira, a Seder, junto com Ministério do Desenvolvimento Agrário, está capacitando gestores dos 13 Municípios que compõem a Baixada Cuiabana, em ações de interação e unificação de desenvolvimento territorial, entre elas como realizar a captação de recursos para a agricultura familiar.