O menino foi arremessado da ponte no Rio Cuiabá pelo ex-namorado da mãe da vítima, Tássia Alves, de 24 anos, na manhã de domingo (11). O principal suspeito do assassinato, o ex-namorado dela, foi preso no mesmo dia pela Polícia Militar e encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá. No depoimento à Polícia Civil, ele disse apenas que iria se manifestar em juízo e preferiu não falar sobre o caso.
Ainda neste sábado, às 19h, será realizada a missa de 7º dia da morte de Ryan e Admárcia, na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, em Cuiabá.
Investigação
A Polícia Civil concluiu as investigações no inquérito aberto sobre o caso do garoto Ryan e sobre o assassinato da avó dele, que foi atingida por vários golpes de faca e teve o corpo parcialmente carbonizado. O principal suspeito pelos crimes foi indiciado por duplo homicídio pelo delegado José Antônio Sperândio, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Polícia Civil informou ao G1 que, por se tratar de flagrante e com o suspeito preso, o prazo para a conclusão do inquérito venceria em 10 dias. No entanto, em virtude do feriado, o delegado decidiu antecipar o relatório e encaminhou o documento ao Fórum. Agora, o inquérito deverá ser encaminhado ao Ministério Público Estadual que poderá denunciar ou não o suspeito.
O delegado informou ainda que o suspeito não confessou o crime durante o depoimento e ele declarou à polícia que iria se manifestar sobre o crime somente em juízo. Ele está preso na Penitenciária Central do Estado, antigo Pascoal Ramos. Os assassinatos da avó e neto causaram grande comoção social e deixaram os moradores da capital assustados.
Crime
No domingo, o rapaz foi até a casa da ex-sogra Admárcia Mônica da Silva, de 44 anos, à procura de Tássia Alves, de 24 anos, com quem manteve um relacionamento por alguns meses. Mas, no momento, a garota não estava na casa. Na ocasião, o suspeito e a ex-sogra teriam discutido quando ocorreu o assassinato. Admárcia foi esfaqueada e teve o corpo parcialmente carbonizado.
O neto da vítima, de 4 anos, também estava na residência e foi levado pelo suspeito até a ponte Júlio Müller, onde foi jogado por ele no rio. O corpo do menino foi encontrado minutos depois por um pescador próximo ao local. O crime ocorreu por volta das 6h.
Protesto contra a morte do garoto Ryan foi realizado esta semana em Cuiabá (Foto: Tita Mara Teixeira/G1)
Homenagem
O pai da criança, Lauro Pereira Camargo, disse estar perplexo e abalado com o crime. “Foi horrível. Não acredito que o ser humano é capaz de fazer esse tipo de coisa”, declarou. Na noite de terça-feira (13), ele participou de uma passeata junto com familiares, amigos e vizinhos como forma de protesto contra a violência. Fantasiado de super-homem, segurando uma bola e ainda levando um buquê de flores, o pai da criança clamou por Justiça.
“É muito doído. Espero que a Justiça seja feita. Não queremos que esse acontecimento passe em branco", ressalvou. Segundo Lauro, a roupa do super-herói foi escolhida pelo fato do filho gostar do desenho. As flores, conforme ele, foram dedicadas à avó do menino que tentou protegê-lo.
Testemunhas
Os bombeiros foram acionados para apagar as chamas da residência pela vizinha da vítima, Manoella de Souza Silva. “Eu acordei às 6h com um barulho de buzina e cheiro de fumaça dentro do meu quarto. Aí eu ouvi a buzina. Fui para a porta e vi o fogo no cômodo da residência”,contou.
Criança foi jogada da ponte Júlio Müller sobre o Rio Cuiabá
(Foto: Pollyana Araújo/G1)
Testemunhas também viram o suspeito segurando a criança nos braços próximo à grade de proteção da ponte Júlio Müller e, em seguida, jogar a vítima no rio. Um motociclista que passava sobre a ponte contou que achou estranha a situação porque o suspeito estava muito perto da beirada da ponte com a criança nua. "Parei a motocicleta e fiquei olhando, quando de repente ele jogou a criança no rio", disse a testemunha à polícia.
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